sábado, 8 de junho de 2019
A alegre música do suíço Gaspard Fritz
Há certamente mais escolhas para música bem disposta, Veracini por exemplo, para ajudar a começar o dia; estas sinfonias que só agora descobri são uma receita segura: muito bem compostas ao estilo do séc. XVIII, no formato clássico, trasbordam de fresca musicalidade como a água que corre ou o canto dos pássaros... comigo são infalíveis.
Quem disse que música não é com os Suíços ? Essa mania de que a Suíça é um país vulgar e tosco bate contra uma elite de homens como Borromini, Bernoulli, Blaise Cendrars, Paul Klee, Le Corbusier, Giacometti, Béjart, Luc Bondy, Rousseau, Edith Mathis, Clara Haskil, Edwin Fischer, Oliver Schnyder... e este injustamente menorizado Gaspard Fritz.
Compositor e violinista nascido em Genebra, é apenas mais um dos pequenos génios criativos dessa era fértil em compositores; Locatelli e Handel visitaram e apreciavam Gaspar Fritz. Genebra, então sob calvinismo radical, não era particularmente notada na cena musical, mas coube a Fritz dar esse impulso, apoiado na comunidade estrangeira - sobretudo inglesa - que lá vivia. Fritz compunha com muita invenção e sabedoria, ao nível de Telemann ou Carl P. E. Bach.
Escreveu na altura Charles Burney:
' M. Fritz, bom compositor e excelente intérprete no violino, ainda vive e habita aqui [Genebra] há quase trinta anos, sendo bem conhecido de todos os ingleses amantes de música.'
O maior sucesso foram os 30 anos entre 1742 e 1772, em que fez publicar várias sinfonias, concertos e sonatas em Paris e Londres. Desta nº5 saliento o Allegro final, curto mas exemplar.
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Esta sonata para violino inverte a ordem habitual, começando e acabando num tom dolente mas com um Allegro pelo meio ! [3:01 - 7:37]; atenção à Aria final, bem bonita. Música para esta Primavera.
A música clássica é uma fonte inesgotável: está-se sempre a descobrir novas coisas antigas !
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