sábado, 22 de junho de 2019
Leituras e releituras para este Verão
Para começar, celebremos o Verão com livros.
Já juntei aqueles por onde vou viajar a partir de Julho.
Nunca consegui ler o Ivanhoe no original inglês, é sempre uma leitura mais cansativa que requer dicionário ou google por perto; mas as traduções portuguesas eram miseráveis, quer pela mau uso da língua quer pela infidelidade ao texto de Scott. Parece que finalmente temos uma tradução à altura, e vou mergulhar de novo nas aventuras e na rivalidade entre Rebecca e lady Rowena, princesa dos Saxões.
Gostei muito de The Sense of an Ending (O Sentido do Fim) de Julian Barnes, uma das melhores obras literárias que li neste século. Mesmo que o seu "A Única História" (The Only Story) tenha sido considerado uma variação sobre o mesmo tema (o tempo de sofrer que se segue ao tempo de amar), a escrita de Barnes tenta-me. Para mais que o fim 'surpreendente' é muito elogiado.
Nestas duas edições portuguesas, a tradução NAO segue o (des)Acordo Ortográfico, graças.
Há livros que quanto mais se lê, mais se gosta. Voltar a eles é um prazer e descobrem-se sempre coisas novas. É sempre assim com Jorge Luís Borges, e resolvi voltar ao seu Atlas; os textos são curtos, permitem leituras de breve intervalo ou antes da sesta ;) e fazem-me sempre levantar amarras, ou embarcar em voos, onde a imaginação tem o leme.
E depois, não é, ao contrário do que escrveu Pedro Mexia, um escrito menos rico ou menos literariamente perfeito do que outros de Borges; lendo com a devida atenção, deixando-nos planar como num tapete mágico, a genial mestria revela-se por inteiro mais uma vez.
Funicular de Lince é um 'thriller' altamente cotado, e uma típica leitura ligeira de praia ou esplanada. O que me levou a querer lê-lo foi também o facto de acontecer em Saltburn-by-the-sea, uma terrinha na costa leste de Inglaterra com um elevador em rampa acentuada (como o da Nazaré) da estrada até à praia, uma geringonça vitoriana deliciosa que tive a sorte de experimentar!
Não está mal como local do crime :)
A BD de Edgar P. Jacobs faz parte do imaginário tardio da minha adolescência; as sequelas nunca me entusiasmaram, acabei por ecomendar este porque a qualidade gráfica é de facto inesperada.
Desenho clássico, com algum requinte.
Fiquem com o sábio Borges:
' No hay una sola cosa en el mundo que no sea misteriosa, pero ese misterio es más evidente en determinadas cosas que en otras. En el mar, en el color amarillo, en los ojos de los ancianos y en la música. '
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