terça-feira, 15 de setembro de 2020
Novas ou recentes edições em CD:
Manze, La Cetra, Eilander, Ólafsson
Alguns CDs vieram recentemente irromper boa música cá em casa, nas lamentáveis horas que passam. Entre eles,
A Scottish Chamber Orchestra dirigida por Andrew Manze bem podia ter conseguido aqui uma interpretação de referência, não fosse Piemontesi apenas competente, sem grande brilho; mesmo assim dá gosto ouvir e apreciar a direcção de Manze, viva e dinâmica.
Mozart, concerto p/ piano nº 26 - III
Francesco Piemontesi, dir. Andrew Manze
Não conhecia As Paixões de William Hayes, ouvi-las nesta interpretação da La Cetra foi uma boa surpresa, e o disco continua a rodar. Há muito em comum no estilo de composição de William Hayes, professor de música em Oxford, com o seu contemporâneo Handel. Hayes tem belíssimos concertos para orgão e orquestra, de que já qui falei; estas Passions são uma "ode em Música", composta em 1750, abordando um texto poético de William Collins sobre as 'paixões' humanas - medo, raiva, desespero, esperança, tristeza, ciúme, melancolia, alegria, razão - cantadas por uma bela jovem de nome 'Música'. No final a Razão vem conciliar as várias paixões, que devem conviver saudavelmente sendo a cada uma atribuída “a temper’d Part”, uma parte moderada.
La Cetra
Willliam Hayes, The Passions - air (Evelyn Tubb)
Song: In vain each seeks (Reason)
Falei de Handel e de concertos para órgão; este disco é dedicado à harpa, especialidade do dirigente e fundador da orquestra barroca de Seattle, Maxine Eilander. Nunca imaginei que em Seattle pudesse estar sediada uma boa orquestra barroca. 'Boa' é relativo, mas não está nada mal, e viva o harpista.
Handel´s Harp - transcrição do concerto p/ órgão nº 6
Seattle Baroque Orchestra, Eilander (harpa), dir. Stephen Stubbs
Rinaldo, HWV 7, Aria: Lascia ch'io pianga (arr. Stubbs)
E termino (não porque não houvesse mais ! ) com este CD muito suave e nocturno do piano de Víkingur Ólafsson, músico islandês muito apreciado em Nova Iorque e pela Gramophone. Aqui toca Rameau, muito ... islandicamente !
Rameau, Les Arts et les Heures
Víkingur Ólafsson
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