domingo, 15 de novembro de 2020

Visita outonal ao Parque de Santa Marinha, depois de Andy Sheppard

Como já é costume, voltei a Guimarães em Novembro para o Jazz; desta vez foi Andy Sheppard acompanhado por três músicos portugueses, para cumprir as restrições impostas. E Sheppard só pôde vir porque já é residente em Portugal desde há alguns anos.

Andy Sheppard é um 'virtuoso' do saxofone, que toca com uma facilidade e mestria de quem já o conhece desde menino. Não toca com sangue suor e lágrimas - o estilo dele é mais cerebral, toca com alma de europeu sábio, uma espécie de jazz civilizado e muito trabalhado como é costume na ECM; criativo sim, mas sem dilacerar. Por vezes até plana um pouco ao nível de música  de 'ambiente'. O guitarrista Mário Delgado também teve algum protagonismo, esteve bem no diálogo da guitarra com o saxofone, também sem deslumbrar. Foi, portanto, bonito mas morno.

No dia seguinte, dia de glorioso sol outonal, subimos à Pousada a revisitar o Parque do Mosteiro.


Era lugar de recreio e meditação dos frades e monges das sucessivas ordens.

A antiga Cerca sobe pela encosta, em socalcos com escadaria central, através de uma mata de carvalhos, plátanos e castanheiros.

Douradas nas copas, castanho-torradas no chão, as folhas dão festival.

Outro festival são os fofos musgos com muitos anos (séculos?) de espessura.



No topo fica o tanque circular barroco que rega todo o parque. 



Sorte nossa de visitantes únicos, tivemos um património vasto para nosso exclusivo. Na enorme Pousada só vimos duas pessoas - o recepcionista e a empregada do bar. 

Se o fim do mundo for assim, é muito triste mas tranquilo e bonito.  


Sem comentários: