Rochester, Kent, foi outra pequena cidade histórica de Castelo e Catedral que visitei por uma tarde ensolarada, há sete anos; a viagem desde Tunbridge Wells foi demorada, a entrada em Rochester lenta até finalmente estar apeado em High Street. Uma festa ! Com sol, a rua embandeirada, o comércio inglês colorido, as casas Tudor com travejamento de madeira, tabuletas e floreiras abundantes, tudo ajudava a um ambiente urbano alegre e acolhedor. Tanto quanto sabia, a cidade resumia-se a Castelo (ruínas), Catedral e rua principal - a High Street.
A 'High Street' de Rochester é um gosto.Passear nestas ruas inglesas de pequena cidade é um dos prazeres raros que tive em viagem, sentir vida urbana numa escala agradável, num espaço bem tratado, acarinhado, é como um berço de civilidade.
Lojas de gulodices.Já mais para o fim da rua, demos com a casa onde Charles Dickens viveu e escreveu - por exemplo os 'Pickwick Papers' -, o chalet suíço na Eastgate House.
A High Street nem é longa, mas depois do passeio eram horas de nos restabelecermos. Para ser rápido e sem surpresa, e barato, nada melhor que fish and chips, e uma vez não são vezes. Foi no The City Wall, um bar que tinha uma esplanada ao sol, mesas e bancos de traves de madeira, tosco. Gostei do cartaz à entrada:
A Catedral de Rochester
O edifício parece atarracado, contudo é uma das mais antigas, valiosas e apreciadas catedrais normandas do país: data de 1080, quando a arquitectura normanda estava no auge; do edfício original conservam-se a nave, a cripta e a fachada românica.
Como seria de esperar, a nave é larga mas não muito alta e o tecto é em trave de madeira, a sobriedade do românico normando.
Acrescentos góticos também valorizam a Catedral, como a porta da Biblioteca do Capítulo, do século XIV.
Com muito restauros e modificações, o órgão data de 1791. Foi votado o mais bonito órgão de catedral do mundo.
Mais valioso ainda é o Textus Roffensis, outro manuscrito do século XII (~1120), uma colectânea de textos dos primeiros reinos medievais, começando no mítico Æthelberht de Kent (~ 560-617), em línguas e escritas raras como o Cantuário. É notável o Código de Leis de Æthelberht, o primeiro texto de que há registo de e para Ingleses, afinal bem anterior à Magna Carta !
Vale a pena ler mais, aqui.
E pronto, para cidade pequena não está mal, Rochester.
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3 comentários:
Que encanto, apetece mesmo um sítio assim. O coro e o órgão da catedral são magníficos - e creio que ia gostar do bar que pede cuidado com o barulho!
Um abraço.
Só me apetece rever e partilhar sítios onde me senti bem, Inês. É um antídoto.
[ou sítios onde 'imagino' que me sentiria bem]
Uma boa semana !
Aqui já estive. Obrigado por me recordar boas memórias e por me mostras coisas que, estando lá, não vi. Ficarão para a próxima, se for possível... (aqui ainda sonho com um possível regresso).
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