terça-feira, 27 de abril de 2021

Coisas que fomos trazendo daqui e dali.


Nas curtas excursões de férias pela Europa enquanto a saúde permitiu, éramos tentados às vezes a trazer lembranças, sempre coisas pouco volumosas e leves. Para muitos poderão ser 'bugigangas' ou 'pechisbeque', para nós estão associadas a memórias, não tanto memórias afectivas mas memórias de quando o tempo passado em viagem era um prazer (apesar dos incómodos, sempre).

Ibrik turco de cobre, de Ohrid via Zagreb (1983). 

Nesses anos fizemos a costa do Adriático, ainda a Jugoslávia era um país. Oito anos depois, pouco restava de Sarajevo.


O lindíssimo Boomerang de Lucca (1995), trademark Kokaburra. Uma daquelas lojas maravilha da Fillungo, onde se encontra o inesperado. Confesso que tal como uma criança disse "quero quero quero." O acabamento dos embutidos é uma perfeição.


De Praga


A taça verde de cristal da Boémia, veio de Praga (1996). Deve ter sido comprada a uns -16º , os carris dos eléctricos cheios de gelo eram um perigo, a noite de passagem de ano deve ter descido perto dos -30º e toda a gente ficou em casa. Foi o meu único réveillon em Hotel, com oferta do espumante.



O Cavalinho grego de bronze de Nova Iorque (1998) na loja do MET.



Gosto muito do efeito duplicador da sombra com o sol baixo.


O Gobelin

Gobelino 'jacquard ' com cena de caça; este veio de Veneza (2000) de uma loja  junto ao Grande Canal; nessa altura não havia limite ao peso da bagagem de cabine, a Lufthansa não pôs problemas. Ainda se voava tranquilamente


Aguarela Toscana de Florença (2002). O jovem aguarelista pintava sob a loggia da fachada dos Uffizi, a dar para o rio Arno. Só me arrependo de não ter comprado mais.


O relógio Past Times de Cambridge. É uma simples réplica chinesa em resina a imitar rétro vitoriano, mas a caixa está muito bem fabricada.

Tentei-me com outro relógio pastiche, em Heidelberg, com pêndulo rotativo de 4 contrapesos em latão e campânula de acrílico. Tão giro! 

Relógio de contrapesos de Heidelberg (versão plástico e latão) - desde 2005, ainda funciona: made in Germany


Em 2012 de regresso a Veneza, navegámos até a Murano; de lá veio a taça:




A Danseuse de Degas de Ghent (miniatura), 2016, numa loja multicultural terceiromundista. Nunca tinha visto uma miniatura tão perfeitinha, suponho que é de resina; os detalhes estão muito bem.


Os barquinhos  

Um da Ilha Terceira, um da Ilha de Ré (La Rochelle) e o outro penso ter sido de Damme, Bruges.

Uma tartaruga de Oxford em pedra mármore, bem bonita, na papelaria com mais carácter da cidade. Em 2017.

Tartaruga de estimação.

Obviamente, necessariamente, o que mais trazíamos eram livros, que pesavam como chumbo nas malas. Muitos deles escolhidos para aprofundar o que tínhamos acabado de aprender.


Outros eram puro divertimento, puro gozo infantil, como esta Bela Adormecida em teatro de sombras pop-up, uma delícia de bom gosto e imaginação.


E foi na nova British Library !



Pic! 

Pronto, a Bela picou-se no fuso, a a maldição dita o seu destino, e quem dera que a Magia que depois se operou fosse dominada pelos homens nesta guerra sem fim. 




1 comentário:

SilverTree disse...

Gosto especialmente da réplica do cavalinho do Met, gosto bastante de figuras estilizadas (duvido que fossem pensadas enquanto tal na época, mas o encanto que produzem não se importa com isso); do livro pop-up, e da bailarina do Degas.
Referiu algumas réplicas "baratas", e percebo-o bem. Um dos meus "souvenirs" favoritos é uma simples lupa com cabo trabalhado, vindo de uma loja famosa de quinquilharia em Londres. É um objecto de fabricação em massa, chinês provavelmente, mas o lugar e contexto em que os comprei fizeram toda a diferença - juntamente com o facto de sempre ter associado objectos assim com a minha ideia romantizada das bibliotecas, que assumo totalmente, em todo o seu ingénuo romantismo.
E fora de qualquer voyerismo ou bisbilhotice, a casa - o ninho - dos outros fascina-me sempre, os objectos que escolhemos e amamos dizem tanto. Obrigado pela partilha.