quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Dia da Música - Tema para debate
É ou não possível argumentar em favor (ou contra) uma obra musical?
A nossa linguagem tem, ou não, riqueza e capacidade suficiente para construir um discurso racional e probatório sobre uma obra musical?
Questão que ponho após a leitura da "Errata" de George Steiner, onde o autor nega esta possibilidade e defende a completa inutilidade da crítica musical.
Fico à espera de contribuições, neste Dia da Música, para um tema tão...escaldante!
“É impossível refutar, seja através de argumentos lógicos ou substantivos, a asserção de que Mozart era um compositor mediano ou de que Vésperas da Virgem, de Monteverdi, é inferior às baladas de Madona.”
George Steiner, Errata, Seis
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2 comentários:
Em primeiro lugar, não sabia que a Madonna compunha baladas, mesmo as coisas dela a que achei alguma graça eram demasiado vivas para assim as classificar.
Em segundo lugar, em resposta à questão: da mesma forma que se pode distinguir boa pintura de pintura medíocre pela invenção, pela composição, pelo uso da cor e/ou da luz, pela pincelada, pelas soluções encontradas para os problemas, assim se pode distinguir a boa música da medíocre.
Gi,
obrigado pela participação.
Podemos desculpar Steiner por não saber do que está a falar quando refere Madona. Mas justamente é a essa ignorância, em termos mais vastos, que conduz a recusa da análise e do conhecimento sobre a arte musical...
Repare que ele não diz que não se pode distiguir a boa música da medíocre - cada um pode fazê-lo por si e comunicar esse sentimento; o que não pode é, segundo ele, justificar ou provar essa diferença qualitativa em termos lógicos, racionais, usando a linguagem.
Pessoalmente, parece-me um disparate vindo de alguém que me habituei a apreciar; sempre me bati e esforcei em defesa de argumentos e razões porque uma música é má ou boa, tal como uma pintura, como a Gi diz.
Claro que não é fácil, mas só nesse esforço podemos aproximar-mos de algo como "educação musical".
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