Numa tarde de sol em Fevereiro, passear no parque, onde já tudo anuncia a primavera, ouvir o canto feliz de uma ave entre tantas, tactear a folhagem nova, aspirar o perfume da flor da amendoeira, e a água a rumorejar correndo pelas bermas. Sentar no muro, junto à coluna, a conversar.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Calorzinho na alma
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
E nem foi nada mau!
Bem bom, este Rigoletto moldavo, tendo em conta as expectativas. E deu-me uma tristeza imensa constatar como a Moldávia tem um teatro de ópera tão digno e capaz, e nós, hhhaammm.
De trajes ( Irina Press), um luxo deslumbrante, mantos, sedas, bordados, bonito colorido, típico bom gosto aristocrático da Europa de leste.
De cenário, pouca variação (base fixa) de uma estrutura bem pensada, permitindo vários planos de acção, mas muito vista. Iluminação vulgar. Movimentação anémica.
A orquestra (dir. Giovan Battista d'Asta ) , uma surpresa enorme : tocaram muito bem, certinhos, afinados, com panache verdiano q.b., belo som de cordas e sopros; sempre em tempo certo com o canto, não houve nenhum deslize notável. Tomara nós.
As vozes: não podia ser tudo tão bom, claro, há coisas que nem o dinheiro paga...
O Duque de Mântua / Nicolau Bantea e a Gilda /Maria Tonina: vozes tíbias, fraquinhas, de garganta, mas capazes de cantar as notas (quase) todas. A Gilda disfarçava fraquezas com belos pianíssimos em vez dos agudos mais arrojados; o Duque, comia sílabas, esforçava-se visivelmente muito para "lá chegar", mas nunca meteu água. Foi, digamos digno na sua mediocridade. O "La Dona é mobile" nem saiu nada mau, teve direito a 1 bravo e aplausos para o Si natural final.
Em geral, uma noite bem passada sonora e visualmente, nunca aborreceu, pelo contrário, um consolo para quem aprecia ópera. A coerência estética / narrativa / musical da produção dá a perceber muito trabalho e um conceito clássico, conservador, que só não seria do meu gosto se resvalasse para o kitsch. Não resvalou.
O melhor: foi intenso e comovente o dueto Rigoletto / Gilda no 2º acto, Tutte le feste al tempio.
O pior: falhado mesmo, só o célebre quarteto do 3º acto; pena, pois é esta a magnum opus que Verdi deixou nesta ópera.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
As if me little Arctic flower
As if some little Arctic flower
Upon the polar hem
Went wandering down the Latitudes
Until it puzzled came
To continents of summer
To firmaments of sun
To strange, bright crowds of flowers
And birds, of foreign tongue! I say,
As if this little flower
To Eden, wandered in --
Como se uma pequena flor do Ártico
desde a região polar,
fosse descendo através das latitudes,
até chegar perplexa
aos continentes do verão,
aos firmamentos do sol,
a estranhos, luminosos campos de flores,
e de pássaros de línguas estrangeiras! Digo,
ao Éden estivesse a chegar ---
from Emily Dickinson As if some little Arctic flower
domingo, 13 de fevereiro de 2011
obras pouco ouvidas: Mendelssohn para 2 pianos
Será uma sorte grande ouvir em concerto uma obra como esta, para dois pianos e orquestra. As questões logísticas e os contratos de dois pianistas (incluindo ensaios conjuntos) encarecem imenso o custo da realização.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
a abrir a saison - uma 4ª falhada
A minha temporada musical de 2011 começou hoje com a 4ª de Mahler na Casa da Música, dirigida por Joseph Swensen e cantada por Lara Martins.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Liebst du um Schönheit
Quando penso em máxima beleza no mínimo tempo, lembro-me logo do Ave Verum Corpus de Mozart ou desta canção de Mahler, parte dos Rückert lieder. Não deve haver outros dois minutos e pouco de música tão sublimes. Nas suas várias versões (soprano, tenor, piano, orquestra, até guitarra elétrica ! - ver Renée Fleming ) podia ouvi-la repetidamente sem me deixar de emocionar de cada vez.
o nicht mich liebe!
Liebe die Sonne,
sie trägt ein goldenes Haar!
Liebst du um Jugend,
o nicht mich liebe!
Liebe den Frühling,
der jung ist jedes jahr!
Liebst du um Schätze,
o nicht mich liebe!
Liebe die Meerfrau,
sie hat viel Perlen klar.
Liebst du um Liebe,
o ja, mich liebe!
Liebe mich immer,
dich liebe ich immerdar!
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A Siciliana
Pergolesi, siciliano para Flauta:
Romantismo
Brahms escreveu uma siciliana: a variação nº 19 das Variações e Fuga sobre um tema de Handel, para piano.
Na ópera de Verdi, "As vésperas Sicilianas", a ária de Helena, "Merci, jeunes amies" é uma siciliana célebre, situada no local próprio.
séc XX
Exemplos de sicilianas:
Igor Stravinsky - Serenata da Pulcinella
Gabriel Fauré - a suite de Pelléas et Mélisande também contém uma siciliana muito conhecida.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
o melhor Google de sempre
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Dias de milagre e maravilha
These are the days of miracle and wonder
Paul Simon
Caminante, son tus huellas
el camiño, y nada más;
caminante, no hay camiño,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camiño,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camiño,
sino estelas en la mar.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Rattle sobre Mahler
Excelente entrevista sobre Mahler de Simon Rattle, entusiástico.
..."é impossível ouvir a sinfonia "Ressurreição" sem pensar que é uma préfiguração".
No Egito, vivem egícios; ou não?
Coisas da reforma ortográfica.