Acabei há pouco de ouvir na ClassicFM, em directo de Los Angeles e com a LA Phil dirigida por nada menos que John Adams, a recente 9ª sinfonia de Philip Glass, estreada em Janeiro.
"Ambiciosa" foi como Glass a descreveu. É de facto a mais poderosa, imponente e complexa. Escrita para uma grande orquestra, as cordas soam cheias mesmo nas sequências repetitivas. Mas este é um Glass de "fusão" : já não se limita a ondular acima e abaixo, para a frente e para trás, mais rápido e mais lento. E o edifício construído, tendo a marca dele evidente, é bem mais abrangente, ortodoxo mesmo.
Não me pareceu genial, não. Não ouvi nada que me pusesse pele de galinha e cabelos em pé. A música flui num estilo pastelão-bruckneriano, aqui e ali com mudanças de ritmo que podem surpreender (ou não), quebras, fortíssimos, muito cinemática.
Não deixarei de ouvir segunda vez. Tal como Bruckner, precisa de uma aparelhagem a puxar bem um par de colunas potentes para arrasar com a vizinhança. :)
Depois do deboche catártico, voltarei à doce música barroca e ao meu "aimez-vous" Brahms.
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NOTA: a noite do concerto foi em cheio: o concerto para violino do próprio John Adams, a homenagem a Britten de Arvo Pärt, e a nona de Glass. Quem, e onde, leva ao palco um programa assim?
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Impressões de primeira audição: a Nona de Glass
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1 comentário:
Felizmente recebemos notícias suas por osmose...assim como os conhecimentos musicais, muito acima da maioria dos apreciadores de música como eu.
Vou ouvir a nona de Glass...quando puder. Nunca oiço rádio e talvez isso seja estúpido, pois tenho uma aparelhagem Maranz que me custou os olhos da cara:). Tem as tais colunas de arrombar com os vizinhos, mas até agora nunca a usei muito. Uso auscultadores quando quero alhear-me do barulho da rua ou de vozes.
Bom fim de semana!
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