Oh como sabe bem um peixinho bem cozinhado servido numa esplanada à beira mar. Aí está um luxo que só alguns países podem gozar - e Portugal é um desses sortudos. Os austríacos bem se podem morder de inveja.
Mas o que me apetece agora referir é : a minha lista de peixes preferidos.
À cabeça, a perca e o cherne. Grelhados deliciosos, bifes do mar, suculentos e gostosos. A alguma distância, goraz, pargo, dourada, linguado - mais insípidos, só mesmo à falta de melhor, ou por dieta.
Tudo, claro, com batata a murro e legumes, e uma tacinha de branco.
Fritos, vem a faneca a abrir a lista, e a marmotinha de rabo na boca logo a seguir. Petiscos sem requinte, desdenhados por gente fina, só se encontram em restaurante popular da beira mar. Mas que sabor, acompanhados de um arrozinho malandro de legumes, ou de tomate. Com a vantagem de ser peixe abundante, barato - devia haver uma campanha em favor da faneca, peixe magro rico em proteínas e sais minerais, acessível à pesca artesanal. Desvantagem (?) : não se pode congelar. Só fresca. Viva ela.
Depois há a pescada, sobretudo nas apetitosas variantes espanholas - à galega, à romana, a la plancha, a la vasca... à posta, sempre, fica também muito bem estufada com ervas e louro, com molho espesso , e puré.
Do bacalhau e do atum não falo. Isso não é bem peixe. É, digamos, comida.
Estragar peixe é o mais fácil. Há muitas maneiras de estragar peixe, prática em vigor nos chamados restaurantes "gourmet".
Há ainda outra maneira de apresentar peixe intragável: chama-se sushi e anda muito na moda porque fica barato ao cozinheiro e mete muita vista - exige decorações e temperos pois não sabe a nada. Ainda por cima não se sabe que raio de coisa viscosa é aquela que nos põem na frente.
Já estou à espera de "a mim bastam-me sardinhas !". Sou alérgico.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Peixinhos no verão: um (raro) post gastronómico
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5 comentários:
Também gosto de um bom peixe grelhado. Nem todos os peixes servem, como muito bem diz o Mário, e nem todos os restaurantes sabem grelhá-los.
Por vezes, também, o peixe nem é mau, mas o acompanhamento é uma desgraça.
Aqui no Norte, acho eu , variam mais (?).
E os jaquinzinhos proibidos, e o robalo de mar ao sal, e os peixinhos da horta.
Também há uns peixes bebés gregos, fritos, que são uma delícia. Só precisam de uma simples salada igualmente grega que os acompanhe e de uma mesa à beira do Egeu.
Já não me vejo grego há muitos anos, Paulo. Lembro-me de comer muito mal por lá. Mas consigo imaginar uma esplanada a dar para o Egeu, deve ser coisa de fazer roer alemão de inveja.
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