Joseph Swensen nunca me convenceu das vezes que o ouvi dirigir a OSP na Casa da Música. Gosta de fazer fluir a música, sim, como um rio de planície, sem acidentes de percurso. Detesta salientar dinâmicas ou aproximar-se das interpretações "h.i.", evita arriscar ou revelar.
Assim era, assim foi com Mozart. Ontem, na primeira parte, tivemos um Mozart quase académico, polido e muito "clássico". Mesmo assim, o Swensen-violinista é mais expressivo que o Swensen-maestro e acabou por conseguir uma bela interpretação do nº3 de Mozart, com muita vida e poucas falhas técnicas. Surpresa: ao violino, portou-se como uma "estrela" em palco, dando autênticos passos de dança !
Mas a surpresa maior estava para vir na segunda parte: Dvorak parece ser o terreno preferido de Swensen. Magnífica 8ª sinfonia ! Plena de detalhe e dinâmicas sem perda da fluência, foi um gosto assistir à OSP assim dirigida, a dar o melhor numa sinfonia que nunca ouvirei mais bem tocada. As múltiplas melodias e os jogos entre secções da orquestra foram revelados com a devida ênfase e dimensionalidade, este Dvorak é mesmo genial - mais que na Novo Mundo - e Joseph Swensen está de parabéns. Assim deixe de inserir Mozart na programação.
Ao fim, apetecia cantar todos aqueles temas que ficaram no ar.
Com Karajan, era assim:
sábado, 26 de janeiro de 2013
Swensen em sintonia com Dvorak
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1 comentário:
Penso que iam repetir a sinfonia hoje precisamente a esta hora, mas desisti de ir quando vi o tempo lá fora. Sem carro ficava encharcada só para ir daqui ao taxi. Vou ouvi-la em casa......:)))
Bom Domingo(???)
Obrigada por esse entusiasmo, faz bem ler algo tão bonito sobre a nossa CdM!!
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