sábado, 28 de março de 2015

Valencia + Missa Solemnis na CdM



Estarei uma semana em Valencia. Na volta escreverei sobe a récita da Norma com Mariella Devia no Palau de les Arts.

Boa semana.

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P.S.
Ontem, na Casa da Música, houve Missa Solemnis. Dirigiu o estónio Olari Elts, e a orquestra não podia ter estado melhor ! Foi um Beethoven soberbo, com aqueles 'milhares' de linhas melódicas, seguidas ou simultâneas, fluindo em catadupas, e uma sonoridade luxuosa nas cordas e metais; a Missa é também uma das obras mais difíceis e ricas para côro, e só nesse aspecto tive saudades do côro Gulbenkian; o da Casa da Música está um bocado verde, aqui e ali descoordenado, e a plenas vozes abafa a orquestra.  A sala mostrou o melhor da sua acústica: aquele som cheio e poderoso não estava comprimido nem distorcido, era um prazer de se ouvir.

Grande noite de música, Elts e ONP de parabéns.



quarta-feira, 25 de março de 2015

Três horas de concerto, sr. Grigory ! Inacreditável, até Tarkovsky foi invocado.


Que dizer de mais uma prestação magistral ? Demasiado fora deste mundo, Sokolov está numa fase interiorizada, meditativa, consegue pausas e silêncios tão ou mais eloquentes do que o pianismo virtuoso que exibe sem cansaço, quase três horas com repouso apenas no intervalo.

Eu temia o Schubert; pois foi onde ele mais emocionou. Nitidamente este concerto foi dedicado a Schubert, onde se notou toda a intensidade e a profunda concentração de Sokolov. Nos Moments Musicaux (D780), por exemplo, excedeu-se no andantino, tocado com uma transcendente leveza, foi um dos momentos altos da noite.

Depois de 6 encores, já ninguém acreditava que houvesse mais música, mas Sokolov volta a sentar-se e toca algo que vem de longe, que apenas lembrava vagamente de universos estranhos, sombras do passado, que é isto? Ouvi há muitos anos, num filme, russo, qual ... pairava num denso nevoeiro de ficção espacial...

Reconheci depois: é o Bach /Arternyev para o sublime Solaris de Tarkovski, uma interpretação ao órgão de Ich ruf zu Dir, Herr Jesu Christ. 
Grato ao blog Rasante pela ajuda.



Já Brendel, por exemplo, tinha interpretado ao piano, sim ! aqui está, mas muito mais lento:

Sokolov deu-lhe outra vida, é um poeta por música, pelo menos em concerto. Parece que este vai ser gravado num futuro CD, apesar de algumas tosses; veremos o que sobra dessa poesia num registo digital.


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Dizer 'sala cheia' é pouco : foram colocadas cadeiras extra no palco, mais umas dezenas de lugares; a Casa foi pequena, entre as 9 e a meia-noite.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Que sorte ! A Partita BWV 825 por Sokolov !


Amanhã na Casa da Música, uma daquelas pristinas esmeraldas de Bach, que se ouvem trezentas vezes e cada vez mais se admira. De uma riqueza melódica sem igual, ao nível das variações Goldberg, a capacidade de Bach para inventar e desenvolver um jorro de música nas teclas é de nos deixar sem fôlego. Por exemplo na Courante, ponto e contraponto, mão direita e esquerda, ambas a costurar melodias em ritmo alucinante. Ou na Sarabande, prolongando a frase para além do possível, a subir aos infinitos, e baixando em pausada espiral até à serenidade absoluta.

Vai tocar Grigory Sokolov, fica aqui por Murray Perahia, outro pianista que elegi como divino, sobretudo em Bach e Scarlatti.



00:00 - Prelude
01:59 - Allemande
05:06 - Courante
07:59 - Sarabande
13:02 - Menuet I & II
16:19 - Gigue


Depois, Sokolov tocará Beethoven (Sonata em Ré maior Nº 7 Op.10) e Schubert (Sonata em Lá menor, D. 784, op.143).
Peço desculpa, mas já não é a mesma coisa.
Falta saber ... dos 6 'encores' !

Calha aqui bem uma citação conhecida,

"Sem Bach, Deus seria uma criatura de terceira ordem."
                                              Cioran


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Maria João Pires, menos bem ou apenas diferente de Perahia, aqui.

sábado, 21 de março de 2015

Eclipse e marés, ontem e hoje: flop. E felicidade ?


Anunciavam-se como as mais amplas desde que se regista o coeficiente de maré. Na Bretanha e no Canal iam atingir o record de 119 em 120. Cá, felizmente estava bom tempo e o vento a oscilar de quadrante, entre fraco e moderado. Mesmo assim, na sexta-feira, 20, impressionou a investida do mar aqui em cima, na costa a sul do Douro.

Era assim pela maré alta das 15.30 :


Correntes fortíssimas em várias direcções.

Já não era mar para brincadeiras !



Foto-splash.


No dia 21 (hoje), o mar parecia um lago. Bem pode ter subido muito, que a fraca agitação das águas tornou o fenómeno mais inexpressivo que no dia anterior. Uma desilusão, a maré do século.




Resta esperar notícias da Bretanha francesa.


Quanto ao eclipse: ontem pelas 9h houve uma pequena aberta que me permitiu estas fotos:



Usei uma lente dos binóculos para projectar sobre cartolina. Infelizmente, durou muito pouco até o Sol ficar encoberto. Voltei para o quentinho da cama :)

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Para além dos fenómenos astrais, parece que foi Dia Internacional da Felicidade, sabe-se lá porquê. Se calhar para nos dar infelicidade 364 dias por ano. Uma daquelas estatísticas patetas que faz a lista dos países mais felizes (como se fosse coisa colectiva e nacional) põe toda a Escandinávia no topo, mesmo com a preocupante taxa de suicídio. As pessoas dizem-se felizes por ter tudo o essencial e mesmo alguns luxos. O que é o "essencial" ?

Na Europa, também 'chafurdam' em felicidade a Bélgica, Holanda, Suíça e Áustria. Será por serem países ricos com alto nível de desenvolvimento humano e social ? A Sérvia e a Bulgária são os mais infelizes - não admira nada. Portugal não sai lá muito bem com 6.2 em 10, igual à Grécia e à Hungria.

Na classe senior, os velhinhos mais felizes são os da Dinamarca e Suíça com 8.4. Devo pensar em emigrar ? Por cá o índice não passa de 5.6. Se a felicidade fosse só bem-estar, era tão fácil....

Aqui.


quinta-feira, 19 de março de 2015

aimable, joyeuse et jolie



« Pour moi un tableau doit être une chose aimable, joyeuse et jolie, oui jolie ! Il y a assez de choses embêtantes dans la vie pour que nous n’en fabriquions pas encore d’autres. »
                   Renoir


Curiosamente, estou mais disposto a apreciar coisas desagradáveis, deprimentes, grotescas ou chocantes na literatura do que noutras formas de arte. No cinema também - Leviathan não é propriamente "aimable". Mas música e pintura, para mim, só valem pela beleza.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Leviathan, filme enorme sobre gente frágil e a bruteza de um Sistema.


Quem gosta, como eu, dos grandes filmes russos de Andrei Tarkovsky ou Nikita Mikhalkov, e dos anteriores O Regresso, Banishment (genial !) e  Elena de Andrey Zvyagintsev, não pode deixar de ir a correr ver este seu novo Leviatã de 2014. Não se passa anos atrás, nem é feito por um ocidental: é um filme actual (2014) de autoria bem russa. De novo genial.

Desde a narrativa aos cenários, desde os diálogos ao tratamento das personagens, tudo impressiona quer por uma espécie de grandiosidade trágica, quer por uma sensação de fatalidade permanentemente suspensa que nos agarra do princípio ao fim.

Nada a ver com cinema americano ou sequer oeste-europeu. Não é entretenimento, não é decorativo, nem se compraz em futilidades e minudências. Tem o fôlego que antes havia no cinema italiano, por exemplo. A narrativa tem um tempo próprio - ora se delonga com a câmara fixa numa imagem, num rosto, ora faz elipse temporal deixando para quem vê a dedução do que se passou. Cinema lento, meditativo, de sensibilidade. Ao contrário de Terrence Malick (Tree of Life...) cujas reflexões sobre a existência e o destino parecem sempre encenadas e artificiais, em Leviatã estão na essência de tudo, das paisagens, das pessoas, das falas, como se profundeza reflexiva fosse a natureza própria do filme. Há realizadores assim, que são filósofos do cinema.

Rostos


Breve resumo: uma família reconstruída vive em quase isolamento numa cabana erguida com carinho e gosto junto ao mar de Barents, com algum terreno para permitir uma economia doméstica de sobrevivência. O homem vive da pesca e de biscates mecânicos, a mulher trabalha (sem qualquer gosto) numa fábrica de peixe. A vida estável e suave é subitamente ameaçada pela expropriação do terreno para construír qualquer mono moderno, de luxo, e a indemnização minúscula não dá para refazer a vida decentemente. Um antigo irmão de armas, advogado, vem ajudar o casal no combate legal, mas 'lei' é coisa que na Rússia ... bem, já sabemos, está ainda ao nível do far-west.

Aos poucos tudo é destruído na vida daqueles três resistentes, depois destroem-se uns aos outros - e a vodka em excesso ajuda. Está tudo podre no reino da mãe Rússia. O desenlace é portanto muito mau, o pior posssível. Uma carcaça de baleia junto à costa é o símbolo magnífico de um final desgraçado.

Uma imagem que perdura.

A rude paisagem do Barents, aquele mar selvagem, o lugarejo semi-abandonado de Teriberka (a leste de Murmansk) e a bem escolhida música de Philip Glass enquadram e intensificam a tragédia. Dizer obra-prima pode ser exagerado, mas anda lá muito, muito perto.



A ler:
calvertjournal.com/comment/show/2552/zvyagintsev-leviathan-cannes-russian-cinema
http://www.theguardian.com/film/2014/may/22/cannes-2014-leviathan-review-film

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Visto no Teatro do Campo Alegre, Porto. 

(só até dia 19)
Nenhuma outra sala da cidade exibiu o filme.

sábado, 14 de março de 2015

Também decreto sanções a dois russos: Anna e Valery.


Pois é, por muito bons músicos que sejam Valery Gergiev e Anna Netrebko, têm mostrado uma sabujice rasteira  para com Putin e o seu regime. Pensei que ia ser capaz de resistir, colocando a música acima "dessas coisas"; mas chega um momento em que dá vómitos.


Tem sido sempre assim. E contudo Nova Iorque aplaude-os com entusiasmo.
Estou com o 'vadio' ucraniano que subiu ao palco do MET em protesto. Foi o melhor momento da noite.

Por muito que me custe, adeus, Gergiev, que bem diriges, e que falta de carácter. Adeus, Anna, até nem cantas mal, tenho discos teus, mas és tão fútil... e escolhes muito mal os amigos.

E viva a Ucrânia, livre e europeia !

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Já agora, não resisto a colocar aqui a interpretação musical do ano. Agradeço à banda militar egípcia ter envergonhado o ilustre visitante Vladimort com um genial hino à Rússia. Sublime sentido de humor ...



Se o exemplo se propagasse, talvez o homem não saísse mais de casa. Era bem feito.

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Não quero terminar com esta cacofonia. Posta a Netrebko de fora, quem é a melhor soprano actual ? A minha escolha é Diana Damrau, que me deslumbrou com a Raínha da Noite da Flauta Mágica; a voz é muito mais límpida, elástica e articulada que a da Netrebko, os agudos muito mais firmes e arrojados - só é menos encorpada, em registos mais baixos. Mas fosse lá a preferida de Putin fazer isto assim tão bem:

Que voz, Diana.

quinta-feira, 12 de março de 2015

sol das águas azuis




Dai-me o sol das águas azuis e das esferas
Quando o mundo está cheio de novas esculturas
E as ondas inclinando o colo marram
Como unicórnios brancos.



Sophia de Mello Breyner



segunda-feira, 9 de março de 2015

As nossas raízes tectónicas


Na Pangaea, o território que hoje habitamos e a que chamamos *Portugal* estava coladinho à Terra Nova, no mar de Labrador, e era vizinho da ponta sul da ... Gronelândia. São essas as nossas afinidades tectónicas !




Fiorde no sul da Gronelândia: muita água, relevo velho, terreno rochoso com escassa cobertura.

Um fiorde na Terra Nova:

Bem me parecia (e me agrada saber) que esta faixa atlântica ocidental da Península se aparenta mais a latitudes nórdicas do que ao Sul, ao menos pela geologia.

Albufeira de Vilarinho das Furnas

Claro que fiz batota com as imagens, escolhidas para apoiar uma 'tese' que me agrada, eh eh. Mas o solo que piso, sim, é quase boreal !

sábado, 7 de março de 2015

O glorioso Verão de Março



Fomos brindados com estes excelentes dias de vento fraco de leste a varrer os nublados, brilhou o Sol de dia e a Lua Cheia à noite.

E na praia...

Nova iluminação...

Efeitos das marés de Fevereiro...

As dunas estão bem e recomendam-se...

Florzinhas pré-primaveris...

Areia limpíssima !

Isto foi na sexta-feira, ainda com pouca gente.
Bom fim-de-semana !


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[este é um post bem disposto :) ]

sexta-feira, 6 de março de 2015

Concerto para o fim-de-semana:
de Touchemoulin, para Flauta Transversa


Um belo concerto no mais puro barroco do redescoberto Joseph Touchemoulin (1727 - 1801), compositor de carreira europeia: nasceu em França, estudou em Itália e foi consagrado na Alemanha.

Aluno de Tartini em Pádua, músico da corte em Bona, aí foi nomeado mestre-de-capela em 1761, transitando depois para a orquestra de Ratisbona durante a década de 1770. No apogeu, cerca de 1880, era considerada uma das grandes orquestras germânicas.

Este concerto, escrito na tradição de Vivaldi, Locatelli ou Veracini, deve ter sido composto para um flautista veneziano famoso na época, Augustinelli.

Concerto a flauto traverso,  2 violini, alto viola e basso, in La maggiore, del Sig. Giuseppe Touchemoulin.

Alexis Kossenko (flauta)
Daniel Sepec (violino)
Thomas de Pierrefeu (violone)
Raphaël Collignon (cravo)

Les Inventions / Patrick Ayrton (dir.)


O maravilhoso Largo é ao minuto 5:36

Mais:
http://www.socla.com/site_pl/actu/pdf/touchemoulin.pdf

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[fonte: notas do CD B001O8C5HI da Ramée, #807]

terça-feira, 3 de março de 2015

Nikolskoye, onde repousa Vitus Bering, o 'Viking do Pacífico'
(Episódio II)


(continuação)
- embora o post anterior tenha sido um flop de visitas, não deixo por acabar o que comecei -

Vamos então até Nikolskoye, no extremo oriente da Eurásia.


A 55º N, Nikolskoye (Нико́льское) está muito a sul do Círculo Ártico; mas não parece, com as suas cabanas de madeira numa desolada ilha coberta de tundra, sem árvores, fria, perdida no mar de Bering.


A Ilha de Bering é uma ilha sub-ártica na região da Kamchatka. Com 90 km por 24, é a maior das duas Ilhas Komandorski, arquipélago que pertence à cadeia das Aleutas.


Uma vegetação rasteira variada, típica da tundra sub-ártica, cobre quase toda a ilha, sulcada por vários cursos de água. A costa alterna entre falésias rochosas de onde caem algumas cascatas e praias de areia onde vivem focas, lontras e outros animais marinhos.

O Arco de Steller - um dos pontos mais visitados da costa.

Queda de água Fedoskinskya, uma entre dezenas.

Os cursos de água são ricos em salmão.

A pesca, fácil, é o principal recurso alimentar da ilha.

Situada na foz do rio Gavanskaya, Nikolskoye é a única localidade habitada, sem contar algumas casotas de utilização temporária para observação e estudo da natureza.
Vista da parte antiga da povoação e do estuário do Gavanskaya.


Os recursos são muito básicos - pesca, sobretudo de salmão rosa, caviar de salmão, frutos de baga, cogumelos (grandes). Alguns legumes têm sido cultivados com sucesso. Vive-se de serviços do Estado e de subsídios. Os bens essenciais chegam de forma algo irregular - a vinda do cargueiro é um acontecimemto, só superado pelos navios de cruzeiros com turistas endinheirados.

Quase toda a ilha é reserva natural, é proíbido caçar mamíferos marinhos.

O novo e o velho: em baixo, o Museu e outras casas antigas; em cima, a nova Escola e o Centro Cultural, à frente de prédios residenciais de funcionários.

População :   ~800
Coordenadas :  55° 12′ N, 165° 59′ E

A povoação foi fundada em 1826 por colonos nativos das Aleutas trazidos pelos negociantes de peles russos para os trabalhos mais duros.

Uma escadaria de madeira liga à parte alta da cidade.

Algumas casas do século XIX são mantidas em bom estado como testemunho histórico.
Casa tradicional - por fora não são bonitas, mas o interior é confortável e aquecido, há electricidade.

O antigo posto da companhia de peles "Hutchinson Kohl," de 1870, que os americanos instalaram na ilha para comerciar peles.

Relíquia da era soviética, ainda funciona para dar a volta à ilha, mas já toda a gente quer SUVs.


Nikolskoye foi ainda brindada há pouco com jardim-escola, Hospital e Escola novos, um Centro cultural (!), uma nova Igreja (!!), e a remodelação do Museu, a vaidade maior dos habitantes. Uma pista de terra batida permite ligação aérea com Petropavlovsk (Kamchatka) duas vezs por semana.

O novo Hospital.

A inevitável igreja ortodoxa, novinha em folha, importada da Sibéria em caixotes "pronto a montar", tipo Ikea.


Demorou dois anos a construir, abriu em 2012. É a mais oriental igreja da Rússia.

Interior: pinturas sobre madeira.



O Memorial de Bering


Também recentemente, as autoridades russas homenagearam o comandante Bering (que deu o nome às Komandorski) com esta estátua e um pedestal com uma pequena réplica do 'S. Pedro'.

O 'Viking do Pacífico'.

Canhões recuperados do navio de Bering. Agora estão expostos num morro a sul da povoação.


Tradições Aleútas

Nikolskoye tem mantido o convívio dos modos de vida russa e aleúte.

Os Unangan (nome dos aleútes na sua lingua) são aparentados aos inuit do Alasca.


A população da aldeia está dividida entre russos e aleútes, descendentes dos indígenas trazidos pelos russos para o comércio de peles.  As tradições aleútes sobrevivem em grande parte no Museu e no grupo folclórico.

O exótico chapéu tradicional.

Cestos de Nina Kiyaykina, uma artesã aleúte que foi Directora do Museu.

O Museu Regional Aleúte


O  Museu Aleúte foi criado na década de 1960, para documentar as explorações de Bering e a cultura tradicional da população. Mais tarde foi alargado com uma secção geológica, e a História da colonização, desde os primeiros russos até ao período americano. Também não falta a inevitável  "vaca marinha" de Steller.


A casa azul onde está instalado foi construída no século passado pelos americanos como sede da companhia de pescas nas Ilhas; é anterior à negociação do Alasca.


Máscara aleúte.


O 'Iqyax', kayak aleúte. Diz-se que foram os maiores kayakers de sempre.

Pintura representando o naufrágio do navio de Vitus Bering numa praia da ilha.

Site do Museu:
http://www.museum.ru/M1015


Sergey Pasenyuk, artista e aventureiro de Nikolskoye.

A povoação acarinha também o seu artista local, um residente excêntrico que tem uma galeria sobranceira à baía e à foz do Gavanskaya. Caçador, etnógrafo, naturalista, desenhador, escultor, escritor, e ainda velejador solitário, Sergey Pasenyuk atravessou várias vezes o oceano Pacífico no seu iate.

A casa de Sergei Pasenyuk.


Gosta sobretudo de visitantes com disponibilidade para uma boa conversa. No Verão dedica-se mais à pintura e ao desenho, no inverno vai pescar ou fica a ouvir a batida das ondas.



Adaptou um antigo celeiro para expor uma imensa quantidade de coisas, a maior parte trazidas dos lugares visitados durante as suas viagens, muitos documentos e também as suas obras.

Um dos desenhos de Pasenyuk


A escultura Menina de Ferro é o seu trabalho mais famoso, tornado ex-libris da ilha.
Um anjo de pés nus com uma lanterna, para saudar marinheiros e pescadores desejando boa viagem e bom regresso.

Representa "Assol", personagem principal de um famoso conto tradicional infantil, "As Velas Escarlate".



Nikolskoye tem clima  sub-ártico; não tão frio como seria de esperar devido a correntes marítimas quentes, mesmo assim os ventos frios impedem as árvores de crescer, o inverno desce por vezes aos -20º C, os nevoeiros são frequentes.




Alguma flora e fauna da Ilha de Bering.

Durante os séculos XVIII e XIX, os caçadores de peles, russos ou americanos, quase extinguiram as lontras marinhas e as raposas na ilha. Desde que foi declarada reserva natural, a fauna tem vindo a recuperar.

Perdiz nival ou alpina (Lagopus lagopus).

A famosa raposa azul - na verdade é mais acinzentada.

Protegida, já não está sob ameaça de extinção.

Frutos de baga são a maior benesse contra o escorbuto, muito consumidas frescas ou em compota.


Bem, estou grato a Bering por este bocadinho de planeta !



Ler mais:
http://www.answers.com/topic/commander-islands#ixzz3RSifeFwU