Acordo, em grego, é συμφωνία ou seja: sinfonia ! Belíssima palavra, polissémica.
Com tudo o que tem sido o "processo da Grécia", sobretudo desde que o Syriza foi eleito, já não há outra saída honrosa senão o acordo, queira o FMI ou não. Se estou a favor da perda de soberania dos países em favor de um governo central da União Europeia, é porque quero este forte e firme, na defesa da Europa. Muito bem, abdicamos da fronteira, da moeda, de muita legislação nossa, de preceitos constituconais até; mas queremos que o poder central europeu seja um factor de unidade, equidade e justiça, e que se afirme e dê cartas no plano internacional.
Portanto, se só o FMI está contra o acordo, por pressões próprias ou alheias, que vá bugiar o FMI. Aqui, manda a Europa. E se tive dúvidas sobre a capacidade do primeiro ministro Tsipras, agora tiro-lhe o chapéu pela resiliência, pela sabedoria tanto em ceder como em ser firme recusando.
Pela Sinfonia da Grécia na Europa, fica aqui uma obra do compositor grego Manolis Kalomiris (1883-1962):
Sinfonia nº1 - Levendia (*)
3º andamento: Festa Helénica à mistura com lamento -- Scherzo. Vivo.
(versão 1920)
(*) Levendia = Valentia !
1 comentário:
Bom, tenho de me comentar a mim próprio :(
O sr. Tsipras acabou por se deixar levar pela maneira de ser radical do Syriza. Não sei se antes disfarçava para enganar, sei que no momento crucial deitou tudo a perder com uma chantagem mal-educada sobre o Eurogrupo, numa atitude de 'esquerda patriótica' infantil.
Se não houver reviravoltas de última hora, a Grécia está perdida para os abutres chineses. Claro que o FMI tem grandes culpas, fez tudo o que pôde para arruinar o acordo, tal como quer arruinar a Europa, e o sr. Tsipras caiu no engodo.
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