segunda-feira, 22 de junho de 2015

W. B. Yeats, 150 anos neste Junho


Uma importante celebração, também neste 18 de Junho, foi a de Yeats, o grande poeta irlandês, nascido nesse dia em Dublin (1865). Os 150 anos estão a ser largamente comemorados pelo mundo:

http://www.yeatsday.com/yeatsday-2015/
http://yeats2015.com/
http://www.theguardian.com/books/2015/apr/28/irish-poet-wb-yeats-150th-birthday-celebrations


Já aqui publiquei várias vezes poesia do admirável Yeats. Hoje a minha escolha
é a Canção do Aengus Errante. 'Aengus' é uma divindade da mitologia celta/gaélica irlandesa, ligado ao amor, juventude e poesia.


Song of Wandering Aengus

I went out to the hazel wood,
Because a fire was in my head,
And cut and peeled a hazel wand,
And hooked a berry to a thread;

And when white moths were on the wing,
And moth-like stars were flickering out,
I dropped the berry in a stream
And caught a little silver trout.

When I had laid it on the floor
I went to blow the fire a-flame,
But something rustled on the floor,
And someone called me by my name:

It had become a glimmering girl
With apple blossom in her hair
Who called me by my name and ran
And faded through the brightening air.

Though I am old with wandering
Through hollow lands and hilly lands,
I will find out where she has gone,
And kiss her lips and take her hands;

And walk among long dappled grass,
And pluck till time and times are done,
The silver apples of the moon,
The golden apples of the sun.


O poema musicado e cantado pelo escocês Donovan:
https://www.youtube.com/watch?v=UQUT6mS0eY8



tentativa de tradução:

Canção do Aengus Errante

Saí para o bosque das aveleiras
Pois estava com a cabeça a arder,
Cortei e alisei um ramo de aveleira,
E atei uma baga à ponta de um cordel.


E, quando as brancas mariposas voavam,
E estrelas-mariposas se extinguiam,
Lancei a baga para um riacho
E pesquei uma trutazita prateada.

Quando a pousei no chão
Fui soprar o lume a avivar a chama,
Mas alguma coisa se moveu no chão,
E alguém chamou pelo meu nome:


Tinha-se tornado numa jovem luminosa
Com flores de macieira nos cabelos
Que me chamou pelo nome e correu
e se desvaneceu na luz do amanhecer.

Apesar de envelhecido de tanto vaguear
Por terras cavadas e terras elevadas,
Hei-de descobrir para onde foi,
E beijar-lhe os lábios e tomar-lhe as mãos;


E caminhar entre ervas altas salpicadas de luz
E colher, até ao fim do tempo dos tempos
Os pomos prateados da lua,
Os pomos dourados do sol.



1 comentário:

Virginia disse...


Obrigada, Mário, bela leitura numa manhã diante ao mar, gozando dos privilégios burgueses que os meus pais me legaram e dos quais não me envergonho :).

Vi um filme sobre Yeats que me impressionou. Aliás os Irlandeses tê o condão de me fazer vibrar...

Boas férias.