sábado, 4 de julho de 2015
John Garth, o calor do violoncelo
John Garth (1721 – 1810) foi um compositor inglês nascido no condado de Durham, perto de York. Organista e violoncelista, notabilizou-se pela promoção de concertos semanais em Durham.
Nave da Catedral de Durham
Garth é apenas marginalmente conhecido, nem sequer figura em muitas obras de História da música. Merecia melhor sorte: na Durham do século XVIII, deu vida a um projecto semelhante ao do Café Zimmmerman de Leipzig; havia semanalmente no Red Lion Inn (hoje Hatfield College) encontros e concertos, que chamavam viajantes de passagem de e para York.
A long-room da estalagem tornou-se o centro da vida social da cidade, a par dos estudos e concertos mais formais na Catedral. O estilo melancólico, gentil e melodioso de John Garth agradava, e o seu virtuosismo no violoncelo era conhecido em toda a Inglaterra.
O ciclo de seis concertos para violoncelo, possivelmente o melhor da sua obra, foi publicado em 1760, embora os concertos já fossem executados antes. Eram obras 'pré-clássicas', infuenciadas ainda por Corelli e já por C. P. E. Bach.
O Avison Ensemble na Paxton House (Berwick), onde foi feita a gravação.
Esta é a primeira gravação em instrumentos da época, dirigida com estudada atenção por Pavlo Beznosiuk e Richard Tunnicliffe, que toca um violoncelo da época de belíssima sonoridade. O Avison Ensemble é uma orquestra reduzida ao mínimo - um instrumento por parte - o que confere mais leveza e relevo no detalhe. Os tempi são conservadores, nem precipitados nem pastosos, e a acústica da sala confere uma sonoridade particularmente aveludada.
Os andamentos centrais, mais lentos, são os mais conseguidos. O Concerto nº 6 inclui uma Siciliana famosa, melancólica e delicada, que se diria composta antes por um italiano como Corelli ou Veracini.
Concerto para Violoncelo em Sol Maior, Op. 1, nº 6
Richard Tunnicliffe, violoncelo (c.1730, Nuremberg)
Pavlo Beznosiuk, direcção
Avison Ensemble
Andante - Siciliana
O Affetuoso central do Concerto nº 2, também de grande lirismo à maneira italiana :
No ciclo, talvez o Concerto nº 4 seja o mais bem construído. O final do Andante Affetuoso é para chorar copiosamente, o Minueto final eleva ao melhor nível o entrosamento do solista com a orquestra.
Aqui fica o Presto inicial, para terminar num tom mais festivo:
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A integral dos concertos está disponível no YT.
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