Nunca tinha visitado o interior do Convento dominicano Corpus Christi, em Vila Nova de Gaia, restaurado em 2009 de um estado deplorável. Obra barroca do séc. XVII, com acrescentos e alguma decoração do séc. XVIII, nada podia ser mais contrastante com as obras de Nadir Afonso agora lá expostas.
O convento foi de início ocupado por religiosas dominicanas. As constantes cheias no rio Douro obrigaram à sua reconstrução, cujas obras tiveram início em 1675, dando origem ao edifício actual.
Pintura mural no interior da capela, junto à entrada.
Em termos artísticos, destaca-se o Côro Alto barroco, constituído por um cadeiral a dois níveis, em talha, e o tecto de caixotões decorados com pinturas a óleo sobre madeira. A pintura e as imagens que decoram a igreja (tecto do Côro alto, espaldar do cadeiral, retábulos) apresentam uma iconografia que se enquadra na tradição dominicana.
Impecavelmente restaurado, o Côro Alto é talvez o espaço mais surpreendente.
O belo órgão 'portátil' de1828, em talha policromada de branco e dourado foi recuperado de um estado de abandono aos fungos e musgos.
Os quadros de Nadir Afonso começaram por estar na sala do Côro, mas por razões de iluminação as obras mudaram para uma sala anexa.
A exposição inclui algumas das suas primeiras obras, ainda não geometrizadas e de pequena dimensão.
La Seine, 1949 (reflexos da minha incompetência)
Barcos Rabelos
Ponte Luís I
---------------------------
A exposição estende-se ao Museu Teixeira Lopes, 500 m acima na íngreme encosta de Gaia. Lá estão obras mais recentes.
1 comentário:
Gostava de ver ambas: o mosteiro e a exposição. Sempre gostei de Nadir Afonso, que conheci em Chaves. As aguarelas dele são muito interessantes. Nós temos tesouros barrocos que nem conhecemos, aqui o norte é rico em igrejas, que se fossem todas amadas e restauradas, seriam um excelente cartaz turístico. Infelizmente muitas estão a cair...
Obrigada por este apontamento, como sempre ilustrado com óptimas fotos.
Enviar um comentário