terça-feira, 16 de agosto de 2016

Nadir Afonso no restaurado Corpus Christi de Gaia


Nunca tinha visitado o interior do Convento dominicano Corpus Christi, em Vila Nova de Gaia, restaurado em 2009 de um estado deplorável. Obra barroca do séc. XVII, com acrescentos e alguma decoração do séc. XVIII, nada podia ser mais contrastante com as obras de Nadir Afonso agora lá expostas.


O convento foi de início ocupado por religiosas dominicanas. As constantes cheias no rio Douro obrigaram à sua reconstrução, cujas obras tiveram início em 1675, dando origem ao edifício actual.

A igreja organiza-se ao longo de um eixo, com nave de planta octogonal, capela-mor a nascente e coros a poente, rematada por uma cúpula.

Altares laterais da nave octogonal.


Pintura mural no interior da capela, junto à entrada.

Em termos artísticos, destaca-se o Côro Alto barroco, constituído por um cadeiral a dois níveis, em talha, e o tecto de caixotões decorados com pinturas a óleo sobre madeira. A pintura e as imagens que decoram a igreja (tecto do Côro alto, espaldar do cadeiral, retábulos) apresentam uma iconografia que se enquadra na tradição dominicana.


Impecavelmente restaurado, o Côro Alto é talvez o espaço mais surpreendente.


O belo órgão 'portátil' de1828, em talha policromada de branco e dourado foi recuperado de um estado de abandono aos fungos e musgos.


Os quadros de Nadir Afonso começaram por estar na sala do Côro, mas por razões de iluminação as obras mudaram para uma sala anexa.


A exposição inclui algumas das suas primeiras obras, ainda não geometrizadas e de pequena dimensão.

La Seine, 1949 (reflexos da minha incompetência)

Barcos Rabelos

Ponte Luís I


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A exposição estende-se ao Museu Teixeira Lopes, 500 m acima na íngreme encosta de Gaia. Lá estão obras mais recentes.

1 comentário:

Virginia disse...




Gostava de ver ambas: o mosteiro e a exposição. Sempre gostei de Nadir Afonso, que conheci em Chaves. As aguarelas dele são muito interessantes. Nós temos tesouros barrocos que nem conhecemos, aqui o norte é rico em igrejas, que se fossem todas amadas e restauradas, seriam um excelente cartaz turístico. Infelizmente muitas estão a cair...

Obrigada por este apontamento, como sempre ilustrado com óptimas fotos.