À falta de um concerto como devia ser, os discos que vieram cá ter recentemente e vão sendo ouvidos - alguns merecem bem várias audições.
Vivaldi em destaque em duas gravações:
-- sonatas para flauta solo, com Lorenzo Cavasanti acompanhado no baixo contínuo (violoncelo, cravo ou orgão).(Arcana, 2013)
-- Árias e Concertos, com a mazzo Kristina Hammarström e o Concerto de' Cavalieri. A voz é muito precisa e bonita, a ária Di Verde Ulivo incomparável. (Sony/HM, 2014).
-- para quem gosta de clarinete, um disco magnífico de Sharon Kam a interpretar Mendelssohn, Spohr, Weber e ... Rossini !
-- dos irmãos Wranitzky (Vranický), violinistas e compositores da Morávia (actual Rep. Checa), três obras da escola de Viena, onde praticaram com Haydn e Mozart. Mais notável o concerto para violoncelo de Paul (Pavel), com a solista Chiara Enderle; obras dirigidas por Howard Griffiths.
-- o incomparável piano de Murray Perahia nas suites francesas de Bach, disco justamente premiado pela Gramophone que nunca cansa ouvir; destaco as nº 4, 5 e 6, do segundo disco.
-- Mozart por Alessandrini com o piano de Olivier Cave (concertos nº 5,13,25), muito à italiana; uma refrescadela das interpretações tradicionais que pode não ser ao gosto de todos mas a que não falta moto e brio. (alfa, 2016)
-- clássicos por um Mestre: a 2ª e a 6ª de Beethoven com Bernard Haitink a dirigir a LSO; a novidade está 'só' na perfeição. O som digital (2006, Barbican) ajuda.
Discos vocais:
-- obviamente Didonato, em mais um prémio Gramophone no já celebre In War and Peace, que virá à Gulbenkian em 2018.
-- a Esther dos Dunedin Consort, que revitalizaram uma ópera algo esquecida de Handel, recheada de árias e coros como só ele sabe. Já aqui falei desta gravação.
-- finalmente, o disco editado na Hyperion pelo barítono Matthew Rose com a orquestra Arcangelo - espantosa orquestra ! uma revelação - "Arias for Benucci", com obras de Paisiello, Salieri, e sobretudo Mozart, ex. Il core vi dono. Uma voz e uma dinâmica fantásticas, sinto-me frente ao palco ao ouvir o disco.
Em vídeo, só tenho ouvido ( e basta, é fabuloso) o DVD em que Harnoncourt dirige o Concentus Musicus em obras litúrgicas de Mozart. As vozes (Sylvia Schwarz!), o côro, são coisa angelical, mas o som da orquestra é mais que isso, é divino ! Foi no festival de Salzburgo, em 2012.
Tenho que encerrar com música, claro; primeiro, do CD de sonatas para flauta de Vivaldi por Cavasanti:
Agora ao vivo com Sharon Kam a exibir boa pirotecnia no clarinete no op.74 de Weber (III):
Mas outra coisa além de talento é atingir o sublime, como é agora caso na música sacra de Mozart por Harnoncourt e o Concentus Music em 2012. Fica aqui só o vídeo promocional com uma série de excertos:
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