quarta-feira, 3 de julho de 2019

Visita ao Forte de S. João da Foz, Porto [Open House]



Abriu para visitas, durante este fim de semana de Open House no Porto, o Forte de S. João da Foz. Só o conhecia por fora, aproveitei. E até tive uma surpresa.

Iniciado durante o reinado de D. Sebastião, em 1570, começou por ser uma estrutura abaluartada, envolvendo uma igreja dos Beneditinos, e capaz de repelir os corsários. Disso só restam ruínas - paredes sobretudo - pois o rei D. João IV, em 1642, encarregou o francês Charles Lassart de proceder à conversão numa fortaleza mais bem equipada que defendesse a barra do Douro de uma invasão espanhola.




A obra, com demolição da Igreja, foi concluída em 1653, e regimentos de Cavalaria, Infantaria e Artilharia foram instalados. A céu aberto, a nave da igreja passou a servir como praça de armas. Um novo portal de acesso, em estilo neoclássico, foi construído em 1796 e dotado de ponte levadiça.


A fortificação estaria ainda envolvida nas Revoltas liberais, durante o cerco do Porto (1832-1833). Depois foi perdendo a função defensiva, sendo utilizada como prisão. Entre os detidos contam-se os liberais Passos Manuel e duque da Terceira.


O que resta da igreja original.


No século XX (1921-22) foi residência da poetisa Florbela Espanca, esposa de um dos oficiais da guarnição.
Passeio da muralha.



Agora as surpresas. No baluarte sudoeste ergue-se uma guarita, decorada com um relógio solar seiscentista, de duas faces em pedra:

Deveria ter dois ponteiros, mas pelos vistos um foi roubado, pelo metal certamente. Era assim:
Bem bonito.

Da inicial edificação, ainda influenciada pelo Manuelino, há estes belos nós de cordas ladeando as janelas em tabuleiro da igreja Beneditina:


Quem diria, gótico (muito) tardio do séc. XVI no forte da Foz !

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Gravura do Forte original, com a Igreja Beneditina.

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