Não haverá muitos interessados em viajar para o Alasca, quanto mais para o extremo Norte além dos 70º de latitude. Vejam então, em vez de ir, esta Barrow é muito sui-generis. Todos iguais, todos diferentes.
Barrow é a maior povoação da vasta região administrativa North Slope Borough, Alasca, e a cidade mais setentrional dos Estados Unidos, 550 km a Norte do círculo polar.
Barrow / Utqiaġvik (ou Ukpeavik)*
Coordenadas: 71°17′ N, 156°45′ W.
População ~ 4600
Welcome to Barrow (em iñupiaq, Utqiaġvik = "lugar onde as corujas são caçadas")
O "centro histórico", se assim se pode chamar.
O ''centro', com o posto de informação a visitantes, um poste de sinalização de outros sítios longínquos e, atrás, a King Eider Inn.
Em frente, fica a Igreja presbiteriana de Utqiagvik.
Outra das casas mais antigas é a Casa de Refúgio, de 1889, construída para uma equipa de salvamento e resgate em apoio aos baleeiros, além de ter servido como posto de comércio de peles; passou recentemente a alojar o Brower's Café.
Se há edifício histórico em Barrow é este, construído por Charles Brower, que ensinou novas técnicas de pesca aos Iñupiat.
O Oriente depressa lá chegou: um restaurante japonês.
Bola esquimó de Barrow - o jogo da bola já é tradição de há séculos.
História:
Quase me esquecia de dizer que pode haver ursos brancos por perto, ou mesmo de visita às povoações; é necessário um alerta permanente e vigilância atenta em redor. Todo o bem-estar pacato e quase civilizado não pode fazer esquecer que estamos num meio selvagem !
Junto à praia, um arco feito com dois ossos de baleia e dois modelos de 'umiak' formam com a casa o símbolo de Barrow.
A economia de Barrow depende do petróleo que é extraído na vizinhança e agora crescentemente do turismo, com os visitantes de Verão à procura do sol da meia noite e de auroras boreais. Uma das unidades de alojamento de visitantes é a King Eider Inn, também local de convívio.
Barrow é um centro importante de serviços; dispõe de escola básica e secundária e ainda um colégio para servir a população dispersa de uma vasta área ártica.
A dimensão do posto de correios exprime a sua relevância para a região.
As casas têm de ser construídas sobre estacas para ficarem isoladas do permafrost gelado que é o solo da tundra. Caso contrário, o calor da casa faria o gelo derreter e a casa afundava.
Lavandaria para peles, dos Iñupiat
No armazém AC, as roupas que fazem falta: parkas.
Pescadores Iñupiat lançam o seu umiak no mar de Chukchi.
Caça e pesca ainda dominam o sustento para subsistência. Muitos residentes dependem do fornecimento de baleia, foca, morsa, rena, patos e peixes dos mares e lagos próximos.
O Iñupiat Heritage Center
O Centro do Património Iñupiat é um museu com exposição de materias e documentos da ocupação humana na região, e também oferece actividades de cultura local.
A arquitectura do umiak .
Máscara antiga para a forte luminosidade que o gelo reflecte.
Uma das artes tradicionais é a cestaria em junco-de-mar, com pega esculpida em marfim de baleia. Este cesto é de Kinguktuk, Barrow, 1871.
A música e a dança também têm lugar no Centro:
Mukluks, as botas tradicionais em pele de foca e couro de caribou, enlaçadas com pérola de vidro.
História:
A evidência arqueológica mostra que a área tem sido habitada por populações do ártico desde o primeiro século da nossa era.
A aldeia recebeu o nome Barrow em 1826; o explorador inglês Thomas Beechey homenageou assim Sir John Barrow, geógrafo que o acompanhou na navegação. Beechey explorou o Estreito de Bering a par com as expedições de Franklin e Parry, descobriu e visitou as Ilhas Diomede. Depois continuou para Norte 9 milhas até Point Barrow.
O piloto australiano George Hubert Wilkins faria de Point Barrow um local histórico: após duas tentativas falhadas, foi daqui que levantou voo em Abril de 1928 num Lockeed Vega de madeira, equipado com skis, sobrevoando o Ártico até Spitsbergen (Svalbard). A aventura pioneira durou 20 horas e foi marcante na exploração do Ártico.
A região de North Slope é agora uma área dedicada à indúsitria de extracção do petróleo. A oriente de Point Barrow são várias as plataformas e centrais em actividade, outro perigo a pairar sobre a população.
Point Barrow fica a 14 km para nordeste de Barrow, e é o ponto extremo norte do país e o fim da única estrada da região. Um Finis Terrae.
Point Barrow é ainda um importante marco geográfico, porque indica o limite entre dois mares do Oceano Ártico, o Mar de Chukchi e o Mar de Beaufort. As águas destes mares só estão aliviadas de gelo durante os dois ou três meses mais quentes.
Não será uma praia bonita, mas deve dar arrepios !
Point Barrow fica a 14 km para nordeste de Barrow, e é o ponto extremo norte do país e o fim da única estrada da região. Um Finis Terrae.
Não será uma praia bonita, mas deve dar arrepios !
E não é para qualquer um banhar-se ne confluência de dois mares.
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* A polémica sobre a designação não está resolvida, ainda há ressentimentos...
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