sábado, 28 de setembro de 2024

Mosteiro Beneditino de St. Alban de Selja, a 62º N


Um sítio tão intrigante como prodigioso, algo de mágico, algo de transcendente: numa ilhota mínima do Mar do Norte, perto do Círculo Polar, houve um mosteiro medieval fundado dedicado à irlandesa St. Sunniva e ao seu irmão, o mártir britânico Saint Alban.


 
A Igreja de St. Alban

O Mosteiro da Ilha de Selja foi construído durante o reinado do Rei Olav I (995-1000) e terminado por volta de 1100. Era habitado por 10–15 monjes.

Representação ficcional do que seria o Mosteiro Beneditino no auge.

Durante dois séculos foi lugar de peregrinação a Santa Sunniva, mas um grande incêndio em 1305, seguido da Peste Negra, causaram o seu progressivo abandono que levou ao estado ruinoso actual. O último documento conhecido data de 1536.
 
" Volto Santo " de Lucca, ca. 1100, encontrado em Selja. 
 
Segundo a lenda e alguns factos documentados, Sunniva e os seus companheiros fugidos de um tirano irlandês aportaram à ilha de Selja, abrigando-se em cavernas na montanha. Algum tempo passou, até que o conde pagão Håkon chegou para os desalojar. Sunniva e os seus penetraram a fundo nas cavernas, mas a montanha desabou e ficaram soterrados. Aconteceu no ano de 996, e desde aí estabeleceu-se o culto aos mártires de Selja. Santa Sunniva, embora nascida na Irlanda, é a única santa feminina da Noruega.
 

 

A ilha de Selja (do latim Selia), localizada na baía de Sildagapet em frente à aldeia portuária de Selje, tem apenas 5 habitantes permanentes, que gerem o cais e a recepção a visitantes; para deslocações temporárias só dispoem de um ferry, que liga Selja à aldeia de Selje, esta com pouco mais de 700 habitantes. É daqui que actualmente partem peregrinos e... turistas, claro. Mas contingentados.

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O Mosteiro era um complexo de dimensão respeitável, com pátios e arcadas. Da sua Igreja só resta a Torre.

 
Está no sopé a Noroeste da montanha de Selja ( 200 m), onde se situam as cavernas.
 

No lado oposto da ilha, voltado para a costa, Selja está aberta à baía de Sildagapet, no Mar do Norte; há um embarcadouro e algumas casas, entre elas a casa do antigo barqueiro.


O cais no lado oriental da ilha, com a cabina e o pontão flutuante para o pequeno barco que liga como Selje.


Atravessando a baía, chega-se a Selja, povoação que tem duas aglomerações diversas: a antiga, com a igreja e casotas de pescadores, e a moderna, com edifícios administrativos, uma residencial e uma marina.


Um perfil idílico.

Sem dúvida uma Noruega menos ostensivamente rica e confortável, provando que ainda há muito espaço para isolamento e vida em sobriedade.

Na parte sul da aldeia há um centro de peregrinação que tanto acolhe os locais como os visitantes - o Selje Prestegard, bem cuidado.

 

 

Para quem for visitar a ilha de Selja, três percursos a pé são possíveis desde o cais até ao Mosteiro; o caminho pelo Norte [1] é o mais antigo e o mais curto. O caminho [2] corta a direito pelo topo da montanha, e oferece vistas de 360 graus; o caminho [3] pelo sul é o mais acidentado.

 
Kloster= Mosteiro.

Selja está aberta à baía de Sildagapet, no Mar do Norte.




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