Todos os aldrabões deste mundo, desde astrólogos e pós-modernos a políticos e técnicos da educação, gostam imenso de usar terminologia e instrumentos matemáticos para dar crédito às suas aldrabices. Mentir com a matemática está de moda. Falar em "vectores", "diferenciais", "correlações" ou (ah ah ah!) "mínimo divisor comum", descontextualizados e esvaziados de sentido, ou usar a estatística sem critérios nem rigor para construir as maiores mentiras, ou as maiores vulgaridades, em estudos geralmente inúteis ou enviesados e para se concluir aquilo que à partida se quer - é para isto que muitos "aprendem" as bases da matemática no ensino básico e secundário!
É desgastante, por exemplo, o tempo que se perde a fabricar e a analizar papéis intitulados "avaliação" ou "diagnóstico" em que se despejam tabelas comparativas, médias, percentagens, desvios padrões, papéis que depois são objecto da ordem de trabalhos em longas reuniões, e que para além erros processuais não servem para n-a-d-a.
Ignoram a maioria das vezes que
1º não se pode comparar o incomparável: duas amostras de dimensão ou de características muito diferente não podem servir para um estudo comparativo sério. Sejam turmas de alunos , países ou repartições.
2º a diferença é boa, a uniformidade é má
Frequentemente o objectivo é chegar a um padrão de uniformidade, em que haja desvios mínimos, em que se eliminem discordâncias; ora numa escola ou numa repartição ou na União Europeia o que é bom é que HAJA diferenças, horrível seria que todos fossem iguais à média.
3º resultam na pioria dos serviços por intimidação
os casos escandalosos já estão à partida conhecidos e diagnosticados, os números só servem para intimidar os responsáveis por diferenças mais que compreensíveis e até benéficas.
Odeio isto. Mas odeio. É muito pior que todas as nuvens de cinza que todos os vulcões deste mundo possam emitir. Tapa os olhos de forma insidiosa.
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