domingo, 4 de novembro de 2012

o céu cai sobre double o seven


Não imaginava que ia acabar por gostar deste Skyfall de Sam Mendes, realizador aliás medíocre que nunca apreciei. Mas, vejam só, este deve ser um dos melhores 007... EVER!

Cenas de perseguição primorosas, em cenários imaginativos - telhados de Constantinopla, arranha céus transparentes de Xangai - a sequência dos elevadores está fantástica.


A qualidade da montagem ajuda muito - milimétrica, eficiente, narrativa. Ajuda também a maturidade dos actores - Daniel Craig e Judi Dench já muito rodados e capazes de se auto-ironizar. Bardem é que ia estragando tudo, excessivo, cabotino e desastrado num papel de "mau" completamente falhado.

Daniel Craig, numa piscadela ao "Thomas Crown Affair".

Mas o que mais me atraiu foi o carácter de "balanço" do filme, olhando para trás para perspectivar o que foi a vida aventurosa e delirante da série, e para os dias de hoje em que prevalece a desilusão, a falência e a fraqueza, e deixando com brilhantismo a porta entreaberta ao futuro.


Agora, a desolação...

... e a solidão.

Judi Dench despede-se como M (de Mother), mas Q foi renovado com sucesso ( muito bem, Ben Whishaw)

'byes: adeus Aston Martin, pulverizado, adeus Judi Dench, magnífica.

Hello: Ben Whishaw como Q, nerd das novas tecnologias.

A milhas das produções hollywoodescas de entretimento, Skyfall é elegante, bem acabado, inteligente e agradável de ver.

4 comentários:

Virginia disse...


Já lia mais uma crítica do mesmo tipo. Acho que vou ver...

Boa semana!

Gi disse...

Fui ver o filme com as expectativas um bocadinho altas devido à sua crítica, Mário, mas não concordo consigo: achei mesmo que alguém ali (produtor? guionista?) não gostava de James Bond.

Mário R. Gonçalves disse...

Bom, as expectativas altas são más conselheiras - eu fui ver com nulas expectativas e fiquei surpreendido com as qualidades que salientei.

Já li a sua apreciação no Garden, Gi, mas que dizer? "todos iguais, todos diferentes", citando os multiculturalistas por uma vez. Acho que não tem razão: para mim, Bond renasceu mais adulto, actual e inteligente, sem prejuízo da aventura.

Lamento tê-la induzida a perder tempo "enganada"...

Gi disse...

Pelo menos, e já que havia de lá ir, fui com mais vontade :-)