Escapada operática já no dia 29, quarta-feira. Dois dias depois do aniversário do compositor (27 de Janeiro).
La Clemenza di Tito foi a útima ópera de Mozart, que a compôs por encomenda, à pressa em dois meses, ainda com a Flauta e o Requiem por acabar, e já muito debilitado pela doença. A encomenda destinava-se à cerimónia de coroação de Leopoldo II da Boémia.
É uma opera seria "recauchutada" de uma obra de Caldara já com 60 anos, e adaptada de um libreto original de Metastasio muito desactualizado. Na estreia, ficou célebre o comentário de Maria Luísa, a Imperatriz, mais favorável à ópera napolitana: 'una porcheria tedesca'. Esperavam uma obra festiva, com bailes e efeitos de luz, saiu-lhes um estudo moral sobre a capacidade de perdoar.
Claro que a música é a verdadeira valia da ópera, mas o magnânimo Tito está retratado talvez mesmo melhor ainda que o Don Giovanni. Há um propósito didáctico, moralista, em mostrar um governante nobre e clemente para dar um exemplo de como se deve exercer o poder, com sabedoria e humanidade. Seria esta a intenção de Mozart ao escolher a Clemenza para uma coroação ?
A verdade é que, depois da morte de Mozart, a ópera triunfou em Viena, Graz, Linz e Berlim, com casas cheias e muito aplauso; em grande parte, este sucesso deve-se também a Constanze, a esposa de Mozart, que teve por esta obra uma dedicação muito especial, maior que por todas as outras.
A encenação de Valladolid é a mesma que passou no Teatro Real de Madrid, de Marco Carniti, com o upgrade de Vivica Genaux em Sesto.
Algumas árias e duetos, também para ir comemorando o aniversário:
Deh, se piacer mi vuoi
Ah, perdona al primo affetto
Torna di Tito a lato
Tu fosti tradito
Deh, per questo istante solo
Del più sublime soglio
Parto, parto, ma tu, ben mio
S'altro che Lacrime
Quanto à cidade, tem uma bela Plaza Mayor, algumas obras do gótico plateresco, um museu Colón (lá residiu e faleceu), uma passagem-galeria arte nova, e está inserida numa região de magníficos castelos: Simancas. Peñafiel...
Fica aqui o aperitivo.
Claro que a música é a verdadeira valia da ópera, mas o magnânimo Tito está retratado talvez mesmo melhor ainda que o Don Giovanni. Há um propósito didáctico, moralista, em mostrar um governante nobre e clemente para dar um exemplo de como se deve exercer o poder, com sabedoria e humanidade. Seria esta a intenção de Mozart ao escolher a Clemenza para uma coroação ?
A verdade é que, depois da morte de Mozart, a ópera triunfou em Viena, Graz, Linz e Berlim, com casas cheias e muito aplauso; em grande parte, este sucesso deve-se também a Constanze, a esposa de Mozart, que teve por esta obra uma dedicação muito especial, maior que por todas as outras.
A encenação de Valladolid é a mesma que passou no Teatro Real de Madrid, de Marco Carniti, com o upgrade de Vivica Genaux em Sesto.
Algumas árias e duetos, também para ir comemorando o aniversário:
Deh, se piacer mi vuoi
Ah, perdona al primo affetto
Torna di Tito a lato
Tu fosti tradito
Deh, per questo istante solo
Del più sublime soglio
Parto, parto, ma tu, ben mio
S'altro che Lacrime
Quanto à cidade, tem uma bela Plaza Mayor, algumas obras do gótico plateresco, um museu Colón (lá residiu e faleceu), uma passagem-galeria arte nova, e está inserida numa região de magníficos castelos: Simancas. Peñafiel...
Fica aqui o aperitivo.
3 comentários:
Bom passeio e bom espectáculo, Mário.
Bom passeio e bom espectáculo (obrigado, Gi).
À espera da opinião.
Obrigado, Gi e Paulo. De volta a este país onde mal se entra temos a sensação de que estamos a ser assaltados (Norscut, Ascendi...). Tanto mais que do outro lado o IVA da restauração é 10%.
Escrever sobre a Clemenza de Valladolid vai demorar mais um bocadinho... Digo só que, de canto lírico, foi uma noite em cheio; de orquestra nem por isso :( . Mas a Clemenza é uma GRANDE Grande ópera. A mais séria de Mozart.
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