sábado, 5 de dezembro de 2015

Ana Quintans e Martin André em estado de graça na CdM


O Martin André que eu julgava conhecer dos tempos em que dirigia (mal) a OSP nos claustros do mosteiro de S. Bento da Vitória - há uns 15 anos ? - não tem nada a ver com o Martin André que ontem dirigiu na Casa da Música um magnífico concerto com a participação da soprano Ana Quintans.


Quer o Mozart (sinf. nº 34) quer o Beethoven (sinf. nº 2) foram dirigidos com um entusiasmo transbordante e uma correcta opção de tempos, sem rubato, com muita precisão na coordenação dos naipes e uma bela sonoridade. Uma surpresa enorme, parabéns sr. Martin André, onde é que tem andado a estudar, aprendeu muito e bem, sobretudo a nova abordagem à música pré-romântica. Ah, e deixou a milhas o anémico residente Baldur Brönnimann.


Ana Quintans está em topo de forma e de carreira. A voz é linda, os agudos firmes e as mudanças súbitas de registo fantásticas. Interpretou árias de Mozart e Gluck com um brilho raro de ouvir, alguma ousadia nos gorgeios, e a sintonia com a orquestra parecia milagre de tão perfeita.

Parabéns aos dois, foi o melhor concerto a que assisti em todo o ano na Casa.

Casa da Música, 4-12-2015
OSP, dir. Martin André
Ana Quintans soprano
W. A. Mozart - Sinfonia nº 34
W. A. Mozart 
     - Se il padre perdei
     - Zeffiretti lusinghieri (da ópera Idomeneo)
C. W. Gluck 
     - O del mio dolce ardor
     - Donzelle semplici, no, non credete
L. van Beethoven - Sinfonia nº 2


Ana Quintans canta uma aria de F. António de Almeida :


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