quinta-feira, 12 de outubro de 2017

De barco num dia de chuva aportei à ilha de Ons


Nunca tinha ido à ilha de Ons, ao largo das rias de Pontevedra e Arousa. Feita a reserva no último barco da época, no último domingo de Setembro, chegamos à "taquilla" de embarque numa manhã chuvosa. Da "taquilla" até ao cais foram mais de 500 m à chuva. No dia anterior (e no dia seguinte) o sol brilhava...

O 'Delfin Primero' chegou pontualmente.


O janelão da popa é o melhor posto de observação abrigado.

Zarpámos mar bravo adentro...


E 40 minutos depois encostámos ao cais de O Curro.


O Curro é o núcleo principal da ilha, onde se concentram a maioria dos serviços: restaurantes, alojamento, administração, correio e igreja. Perto ficam algumas aldeias, que no total alojam os 70 a 80 residentes.

Desembarcámos debaixo de copiosa chuveirada, que vinha soprada de vento forte. Correr pelo molhe a procurar abrigo...


Estamos na ilha.


Depois de secar a roupa e confortar o apetite na povoação, subimos o carreiro que leva às aldeias e aos trilhos pedonais da Natureza. A seguir a várias curvas ascendentes, lá de cima vê-se O Curro e o paredão.


Pinheiros esguios, que mais parecem mansos demasiado crescidos.

O caminho da falésia deve ser espectacular em dia de tempestade no mar:


Punta do Castelo.


A ilha tem 6 km de extensão e só dois de largura máxima. Para além da fauna e flora protegidas, as rotas de exploração sinalizadas são fáceis e curtas, o que faz deste Parque Natural um bom passeio ecológico para gente idosa.

'Retama' (cytisis insularis)

Seguimos um dos percursos que entra na cobertura vegetal, ora bosque fechado cheio de musgos, ora vegetação rasa de arbustos, ervas e fetos. Os arbustos mais frequentes são a camarinha, o abrunheiro, o louro e a endémica retama ou giesta de Ons (cytisus insularis).

As Ilhas Ons são um dos mais importantes Parques Naturais de Espanha. Pena que fora de Galiza, e mais ainda fora de Espanha, ninguém saiba da sua existência. Não há estradas porque não há automóveis, só bicicletas, motorizadas e uns (poucos) tractores que ajudam nas quintas. Nas bermas, vales e planaltos da ilha há bosque, e na costa uma ou outra praia, muito bonita, em estado quase selvagem.


O carvalho-negral é a árvore mais abundante. Seguem-se pinheiros e outras variedades de carvalho. Salgueiros (incluindo salgueiro chorão e salgueiro negro), amieiros e freixas concentram-se junto a fontes e regatos. Alguns, poucos, sobreiros.

Musgos.


Salgueiros.

Por instantes parecia clarear.

Bem abrigado da chuva, este ilhéu.

Zona de lazer, na 'Punta da Figueira Brava'.


De súbito, do meio do arvoredo surge a praia:


Area de Cans, uma areia muito branca e fina como em toda a ilha. Deve ser óptima com sol.

Areal extenso e em crescente.


E estava na hora do barco de regresso.


Mais gente no regresso do fim de semana.


Visitado mais um cantinho deste mundo admirável, com vontade de regresso num dia luminoso, até porque a visita foi confinada ao centro da ilha. Mesmo assim, valeu como experiência.

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4 comentários:

Gi disse...

Volto a dizer, que grande diferença faz o sol ou a sua ausência numa visita... e nas respectivas fotos!

Mário R. Gonçalves disse...

Grande diferença, Gi; mas não foi uma visita estragada, teve até a vantagem de ter evitado os grupos de turistas. Foi isso mesmo: diferente.

Henrique Vaz disse...

Já fiz essa visita mas num dia de muito sol e calor! Subi até ao farol donde se tem uma vista notável sobra a Ria, o Oceano e a Costa. Gostei da tua informação sobre as espécies vegetais! O passeio foi árduo para mim, pois é sempre a subir até ao farol. Mas gostei imenso e no fim descansei a beber uma cerveja na esplanada sobre o cais.

Mário R. Gonçalves disse...

Eu era mais una copa de Ribeiro...