quarta-feira, 30 de maio de 2018

"Le grand navire", de Vieira da Silva, visto pela primeira vez !


É com espanto que se descobre uma obra-prima nunca vista de Helena Veira da Silva. Como é possível que estivesse "escondida" no BES só para desfrute de meia dúzia de energúmenos ? Esta treta do mercado da Arte bem merece uma regulação apertada do Estado. Está felizmente agora no lindo Museu da Praça das Amoreiras.

É uma obra de 1966, em tons claros onde predominam matizes de azul e bege, e uma malha de pequenos quadrados ou rectângulos, subitamente rasgados pelas linhas diagonais ou curvas da frente e do casco do navio.



Como sempre, mergulhamos numa viagem por espelhos infinitos, ou janelas dentro de janelas, ou microcosmos fractais...



Claro que não deixo de revisitar "Au fur et à mesure", com o seu borgesiano labirinto onde se encontra o infinito dentro de cada corredor, fios que tecem universos... há alguns microquadros dentro do quadro que sempre me intrigaram:

Ali nos quadradinhos do lado esquerdo...

Uma casa ?
Um palacete toscano? Um jardim ?

E o enigmático vulto de arlequim?

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Ah, mágica Praça da Amoreiras.


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