de Ron Padgett
The Death Deal
Ever since that moment
when it first occurred
to me that I would die
(like everyone on earth!)
I struggled against
this eventuality, but
never thought of
how I’d die, exactly,
until around thirty
I made a mental list:
hit by car, shot
in head by random ricochet,
crushed beneath boulder,
victim of gas explosion,
head banged hard
in fall from ladder,
vaporized in plane crash,
dwindling away with cancer,
and so on. I tried to think
of which I’d take
if given the choice,
and came up time
and again with He died
in his sleep.
Now that I’m officially old,
though deep inside not
old officially or otherwise,
I’m oddly almost cheered
by the thought
that I might find out
in the not too distant future.
Now for lunch.
O Contrato da Morte
Desde aquele momento
primeiro em que me ocorreu
que viria a morrer
(como todos neste mundo!)
tenho lutado contra
essa eventualidade, mas
nunca pensei em como
virei a morrer, exactamente,
até que cerca dos trinta
fiz uma lista mental:
pancada de um carro, um tiro
na cabeça por ricochete,
esmagado sob calhau,
vítima de explosão,
cabeça gravemente aberta
ao resvalar na escada,
vaporizado em queda de avião,
definhando com cancro,
e assim. Tentei pensar
qual delas escolhia
se pudesse optar,
e concluí, uma
e outra vez, por Morreu
durante o sono.
Agora que oficialmente estou velho,
embora lá no fundo não,
oficialmente ou de outro modo,
sinto quase uma estranha alegria
ao considerar
que talvez descubra
num futuro não muito distante.
Agora quanto ao almoço.
Flame Name
I saw my name in boldface type
lying on the ground among the orange and yellow leaves
I had placed there to simulate autumn,
but someone else had placed my name there
and set fire to its edges.
The effect was lovely.
This was not, by the way,
a dream. It was also not
something that really happened,
I made it up, so I could
set my name on fire
for a moment.
Nome em chamas
Vi o meu nome em tipo negrito
no chão, entre folhas laranja e amarelas
que lá tinha posto para simular o Outono,
mas alguém lá foi por o meu nome
e deitou fogo às margens.
O efeito foi bonito.
Isto não foi, já agora,
um sonho. Também não foi
coisa que aconteceu realmente.
Inventei tudo, só para poder
deitar fogo ao meu nome
por momentos.
Poesia masculina e idosa. Provavelmente não será muito popular, este artigo.
1 comentário:
Não está sozinho, Mário.
Tambem me pergunto sobre o meu fim, desde que vi o meu ex-marido ir-se assim quase dum dia para o outro. Gosto de poemas leves e o primeiro , com o seu toque de ironia, atraiu-me. First things first!
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