O melhor CD para já, dos que irei ouvindo em 2020. Por um lado muito clássico - uma orquestra pausada, solene, com a gravitas alemã, talvez arrastada para quem gosta de Brahms a despachar; mas com uma qualidade sonora - a gravação é espantosa de acústica! - que ultrapassa todas as que ouvi. Stephen Hough também está à altura do génio germânico, não é nada como a pífia Grimaud ou o tímido Freire. Arrisca, com expressiva mas controlada energia, e só tenho a dizer que me convence completamente - deve ter estudado e praticado a fundo para obter uma tal assertividade, sem falhas. Talvez haja passagens em que gostava que ele fosse mais contido ou delicado; mas nunca é espalhafatoso, pelo contrário, as 'explosões' estão sob firme controle. A anos luz da circense Buniatishvili, também.
Li no Guardian e na Gramophone textos de relativo (des) encanto. Sim nisto, menos bem naquilo. Pois eu fiquei entusiasmado!
With Brahms, everything passes through layers of reflection. He is the great poet of the ambiguous, in-between, nameless emotions: ambient unease, pervasive wistfulness, bemused resignation, contained rage, ironic merriment, smiling through tears, the almost pleasurable fatigue of deep depression. In a repertory full of arrested adolescents, he is the most adult of composers. In the world of Brahms, it is, above all, always late. Light is waning, shadows are growing, silence is encroaching. The topic of lateness and loneliness in Brahms is a familiar one; the adjectives “autumnal” and “elegiac” follow him everywhere. Scholars have tried to parse Brahmsian melancholy in terms biographical, philosophical, and sociopolitical. He was a self-contained man who never married and prized his separateness.
alex ross nyorker
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