Uma breve ária romântica daquelas em que os tenores puxam pelo aplauso.
Do compositor alemão Friedrich von Flotow e das suas muitas óperas - basicamete pastiches melodramático/cómicos franceses do tipo Offenbach - só não foi esquecida esta ária popular da ópera Martha, raramente interpretada.
A acção passa-se em Richmond, Inglaterra, no ano de 1710. Duas jovens aristocratas aborrecidos da vida decidem procurar animação numa feira rural, disfarçadas de criadas, Marta e Julia. Mas Lyonel, um camponês, deslumbra-se com Marta e contrata-a para o seu serviço; Martha será mesmo obrigada, legalmente, a servi-lo como criada por um ano. Entretanto Lyonel perde-se de amores pela servente, ela escapa-se de noite pela janela, e é no seu desespero que Lyonel canta a ária 'M'appari'. Texto xaroposo, mas vale a pena ouvir.
Para além dos óbvios del Monaco, Lanza, Caruso, Pavarotti, Domingos, Alagna, escolho esta interpretação de Vittorio Grigolo:
Il mio sguardo l'incontrò
Bella si che il mio cor
Ansioso a lei volò
Mi ferì, mi invaghì
Quell'angelica beltà
Sculta in cor dall'amor
Cancellarsi non potrà
Il pensier di poter
Palpitar con lei d'amor
Può sopir il martir
Che m'affanna
E strazia il cor
E strazia il cor
M'appari tutto amor
Il mio sguardo l'incontrò
Bella si che il mio cor
Ansioso a lei volo.
Marta, Marta, tu sparisti
E il mio corcol tuo n'ando!
Tu la pace mi rapisti,
Di dolor io moriro.
Ao vivo, Marcelo Alvarez, entre os melhores:
A ópera Martha tem um happy end meloso do tipo casaram e foram muito felizes, que deve ter ajudado ao grande sucesso popular na época, e a que rapidamente tenha sido esquecida. Nem a abertura de fanfarra se salva.
À maneira antiga, lembremos o mítico Beniamino Gigli, em 1959, ainda havia público para Martha:
Tu la pace mi rapisti !
Bra'vo!
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