terça-feira, 28 de setembro de 2021

Trude, Cidade Invisível, muitas vezes visitada


De As Cidades Invisíveis
Italo Calvino

     Se ao tocar terra em Trude não tivesse lido o nome da cidade escrito em grandes letras,  julgaria que tinha chegado ao mesmo aeroporto de onde partira.  Os subúrbios que me fizeram atravessar não eram diferentes desses outros, com a mesmas casas amareladas e esverdeadas. Seguindo as mesmas setas dava-se a volta aos mesmos canteiros das mesmas praças. As ruas do centro mostravam mercadorias embalagens dísticos que em nada eram diferentes. Era a primeira vez que vinha a Trude, mas já conhecia  a pousada onde me calhou ficar; já tinha ouvido e dito os meus diálogos com compradores e vendedores de sucata; outros dias iguais a esse tinham terminado a olhar através dos mesmos copos os mesmos umbigos que ondulavam.
      - Porquê vir a Trude , perguntava. E já queria voltar a partir. - Pode  retomar o voo quando quiser, - disseram-me - mas chegará a mais outra Trude, igual ponto por ponto, o mundo está coberto por uma única Trude que não começa nem acaba, muda só o nome do aeroporto.

As cidades contínuas. 2.


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Ao fim de alguns voos e alguns aeroportos, é essa a sensação que cresce. Apetece-me a não-cidade. Mas então a angústia de ser pequeno, indefeso, irrelevante, zero, na vasta e agressiva Natureza, pode fazer-me correr de volta à confiável Trude.


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Klaipėda e Pärnu: duas cidades hanseáticas que me faltava conhecer


Mais uma vez aposto que vou mostrar sítios onde muito poucos leitores foram, nem sequer ouviram falar, nem fazem ideia onde ficam. Memel chama-se agora Klaipėda, e parecem nomes de sítios no planeta αΩ-06 da galáxia Markarian 421; mas Klaipėda é a genuína designação lituana, com uma pinta no ė, da cidade que começou integrada na Alemanha e foi mudando de dono durante séculos - desde a época hanseática até ao fim da 2ª Grande Guerra - com o nome de Memel (de Memelsburg). Está na costa da Lituânia, frente à Gotlândia.


Pärnu fica mais a norte, na Estónia, é um porto do Golfo de Riga e é outra lindeza hanseática, o extremo final da Liga no Báltico oriental. Teve a sua época de glória entre os séculos XIII e XVIII, depois um renascimento no entre-guerras, mas sofreu grande devastação com as bombas dos aliados. 

A cidade fica numa península formada pela foz do Pärnu no Golfo de Riga.

Pärnu 

De seu nome antigo Pernau, é uma cidade portuária no estuário do rio Pärnu; fundada em 1251, não tardou a entrar para a Liga Hanseática e estabelecer negócio previlegiado com a Holanda. Cresceu em importância estratégica no comércio por mar até ao século XVII,  Actualmente com cerca de 40 000 habitantes, é a principal cidade de veraneio da Estónia, tendo rio e mar, passeio marítimo, praias com dunas, um Hotel e um Café de praia cuja bela arquitectura do séc. XX os tornaram património protegido. O que não foi protegido foi o centro antigo, em grande parte destruído na 2ª Grande Guerra.

Rua Kuninga, e a igreja de S. Nicolau.

Casa do Cidadão, de 1740 - uma espécie de museu da cidade, na rua Nikolai.

Rua Pühavaimu, a via principal do burgo antigo.

'Seegi Maja', antiga casa de enxamel anterior a 1658, fundada para abrigo dos pobres, é agora alojamento e restaurante.

Testemunho de tempos áureos é o Café Grand, na rua Kuninga, em Arte Nova, digno de uma capital centro-europeia:


Data de 1926, entre-guerras.




O Rannahotell


Construído em 1937, pouco antes da guerra; desde os anos 30 que a estação balnear estava na moda entre os russos e escandinavos ricos. Em 2016 foi amplamente renovado.


O Rannakohvik

Ao lado, uma café de praia de arquitectura também elegante, não invasiva, de um tempo em que isso contava, os anos felizes entre guerras.


Parece apelativo.

Klaipėda

Foi fundada em 1252 por cavaleiros da Ordem Teutónica e cruzados de Lübeck, com o nome de Memel (Memelburg). Mas a designação actual (Caloypede e depois Cleupeda) já estava em uso desde 1413. Memel refere-se às margens do rio, Cleupeda ao terreno pantanoso; pois Klaipėda está também na foz de um rio, o Danė.


A ligação a Lübeck permaneceu quando a cidade foi integrada no reino da Polónia, depois no reino da Suécia, mas sempre vinculada à Liga Hanseática. A história de Klaipėda é uma tumultuosa sucessão de pertenças, depois da Suécia à Alemanha, à Rússia, à Lituânia... hoje, o porto marítimo mantém a vitalidade de outras eras - no Báltico oriental, é o principal porto livre de gelos no Inverno -, e a cidade ganhou maior dimensão, com quase 200 000 habitantes e Universidade. O porto é talvez a principal fonte financeira da Lituânia.


O antigo moínho de arroz (séc. XIII) foi convertido no Hotel "Old Mill", de arquitectura moderna.


A cidade antiga, na margem sul,  mantém várias casas de enxamel típicas do centro da Europa, datadas de entre os séculos XIII e XVIII, assim como a trama das ruas em recticulado ortogonal.
 
Residência dos Fachverkinis, séc XVIII.


Na rua Aukštoji há mais casario do séc. XVIII/XIX:


Na outra margem, a cidade moderna começou na rua Liepų com o edifício vistoso dos Correios, acabado em 1893:


Combina três estilos, o neo-gótico, neo-clássico e a arte nova, reflectindo diversas fases de construção e renovações, mas no conjunto imita a arquitectura austro-húngara. Os carrilhões dão um concerto aos fins de semana.




Ao lado, na mesma rua Liepų, outro edifício Arte Nova, de 1867:


Voltando ao núcleo histórico, ali não há bustos soviéticos que lembrem a era de pertença à URSS; na praça principal frente ao Teatro, a estátua no pedestal é a de Taravos Anikė, ou Ännchen von Tharau, a heroína do poeta Simon Dach nascido em Memel.



O teste definitivo são os cafés; o cais fluvial do Danė é agora uma zona de lazer, onde não faltam esplanadas. O mais antigo café é o Vero.



Pronto. Estou convencido. Ia lá se pudesse.

O veleiro Meridianas, navio-escola construído na Finlândia, é um dos símbolos de Klaipėda. Está atracado no cais fluvial, junto ao café.

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Tenho sensações mistas com estas cidadezinhas limpas, coloridas, silenciosas, amáveis, com tudo à mão - um café, uma biblioteca, um quiosque de livros e jornais - mas que por outro lado permitem dedicar uma vida ao interior da nossa casa, ao seu jardim, a passeios na beira rio e pelos bosques, a praia todo o ano. Ainda são a síntese mais perfeita do habitat humano com a Natureza.

Apetece-me muito passar lá uma temporada.

Ännchen von Tharau, na bela voz de Peter Schreier



sábado, 18 de setembro de 2021

Ozymandias, de Percy Shelley - também declamado e ... traduzido.


Toda a gente conhece este soneto, e mil e uma traduções dele, a maioria delas muito desagradáveis, penso eu. Por isso resolvi fazer a minha.

É um poema do fim, de julgamento final, da História, do Homem, da Vida. Todos somos Ozymandias*, reis de alguma coisa, e deixamos só areia atrás de nós. Mas poucos sabemos dizê-lo em poesia assim, como Percy Shelley. 

Por outro lado, ainda lá estão as pernas e o rosto em pedra, já é alguma coisa, ao menos um testemunho. Não vai longe o nosso poder e glória, mas pode perdurar, e perdura, uma memória que o Tempo escolhe preservar. É pelo menos a minha leitura. Efémero é o que em vida alcançamos, mas não tanto as pegadas que deixamos. 

Ozymandias

I met a traveller from an antique land
Who said - “Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown
And wrinkled lip and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamp'd on these lifeless things,
The hand that mock'd them, and the heart that fed.

And on the pedestal, these words appear:
"My name is Ozymandias, King of Kings:
Look on my Works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains: round the decay
Of that colossal Wreck, boundless and bare,
The lone and level sands stretch far away."

                                                                           Percy B. Shelley

Dito por John Gielgud:

              

                    Encontrei um viajante de uma terra antiga
                    Que disse: - Duas imensas pernas sem tronco, em pedra,
                    Se erguem no deserto... Perto delas, sobre a areia
                    Meio enterrado, jaz um rosto em pedaços, cujo sobrolho
                    E enrugado lábio e esgar de gélido comando
                    Dizem que o escultor soube ler as suas paixões,
                    Que ainda sobrevivem, estampadas nessas coisas inertes,
                    A mão que escarneceu e o coração que alimentou.

                    E no pedestal aparecem estas palavras:
                    "Meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis:
                    Contemplai as minhas obras, ó poderosos, e desesperai!"
                    Nada mais resta: em torno da ruína
                    Daquele destroço colossal, num vazio sem fim,
                    As areias nuas estendem-se até ao longe.


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o nome é uma adaptação para grego do título de Ramsés II, curiosamente o faraó mais celebrado e que mais herança deixou - não nas areias, mas na História e nos museus.

domingo, 12 de setembro de 2021

"I've seen things you people wouldn't believe" - as minhas Tanhäuser Gates


I've seen things you people wouldn't believe...I watched C-beams glitter in the dark near the Tanhäuser Gate ....All those moments will be lost in time, like tears in rain.
- dizia o andróide Roy, perto do fim, no filme Blade Runner.

Estes que se seguem, entre outros, são instantes improváveis em que eu "estava lá", e que fizeram a minha vida subitamente mais viva. Não feliz, só isso, mais viva. São as 'Tanhäuser Gates' que pude ter:

- Estive em Grosvenor Park, Chester, quando a luz do fim da manhã de súbito se fez noite, era o eclipse solar de 99. Foi tudo estranho, o silêncio que caiu, um ventinho de mau agouro, as aves a pousar num ápice sobre as ramagens, os verdes ficando cinzentos. Uma irreal luminosidade, baça, como a meia noite em latitude nórdica. Sem surpresa mas com a mesma brusquidão, o dia renasceu de luz e cor !

- Estive em Ravenna no mausoléu de Galla Placídia, em solidão, dois milénios de História, uma geografia que vem desde Constantinopla; sob a abóbada azul rendilhada em dourados, sentia uma antiga multidão que pairava no silêncio carregado, e tudo só para mim.

- Num Verão já longínquo, depois de uma hora de caminhada entre densos silvados e arbustos por um atalho da estrada das eólicas, mergulhei e nadei despido numa lagoa secreta do Lindoso. O meu momento de epifania OM hippie, e um gosto físico raro.

- Na costa inglesa perto de Whitby, depois de prolongados zig-zags e enganos de estrada através dos campos, com o sol alto e o calor a apertar, fui dar em Sandsend a um hotelzito, sobranceiro ao mar, onde me serviram o melhor cocktail de gambas do Universo, com meias fatias de ananás, uma maionese sublime e uma janela de ampla vista. Manjar de deuses, se algum tive.

- Uma quente noite de Lua Nova no Verão, subimos ao terraço da nossa Casa do Côro em Marialva, as estrelas povoavam o céu e era como estar na varanda de uma nave a vogar pela galáxia. 

- Também uma noite mas a tremer ao vento frio estive em Paradela de Montalegre, numa das mais belas e desertas paisagens de Portugal, para fazer uma directa à espera das Perseidas, e foram muitas - mas nada se comparava à visão da Via Láctea na limpidez daqueles ares. 


- Desci à praia de Salgueiros a molhar os pés numa manhã de maré vaza, o mar sereno como um lago, e vi-me rodeado de duas, cinco, muitas estrelas do mar, um cardume de estrelas do mar, entre os reflexos do sol que bailavam na água cristalina e se projectavam nas areias do fundo, como um filme, como um sonho.

- Ouvi o Requiem de Berlioz ecoando na solene majestade da Catedral que Wren deu a Londres, dirigia Colin Davis; eram vários os génios em presença... avassalador.
- Corri, corri estradas, por montes e planos, rectas e curvas, mas cheguei ao Vale Dourado; entre as faias e as bétulas da Forest of Dean abriu-se a mais bela paisagem com o rio Wye entre colinas verdes.



- Uma tarde, em Rapperswil, fui rodeado pela multifonia do fenomenal repicar de sinos das duas torres de St. Johann, como se os deuses todos da história estivessem a puxar as cordas lá de cima atroando os céus.






terça-feira, 7 de setembro de 2021

Leif Ove Andsnes numa gravação excepcional de Mozart


Acontecimento editorial na música: o recente CD "Mozart Momentum 1785", com o pianista Leif Ove Andsnes (a quem já aqui me referi com entusiasmo a propósito de Beethoven) e a Mahler Chamber Orchestra é uma proeza de bem fazer música, mais ainda por ser realizado em plena crise da pandemia. 

O título significa um tributo às obras que Mozart compôs em 1785 - um ano mirabilis ! São dois discos, nesta edição em CD da Sony; se o primeiro, com os concertos nº 20 e 21 (K466 e K467), já é muito bom, é no segundo que encontro as maiores maravilhas.

O quarteto K478, a Música para Funeral Maçõnico K 477 e o genial concerto nº 22, K482, o mais beethoveniano dos concertos de Mozart, são de tal modo executados e bem gravados que me parecem recomendações definitivas. A revista Gramophone não poupa elogios e com razão: é um disco notável

Só resta sublinhar que a impecável execução não traz nada de realmente novo, não é uma imterpretação que surpreenda ou quebre paradigmas. Simplesmente perfeita.

Excerto: Mozart, Piano Concerto No. 20 , K. 466 - II. Romance



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Atenção: Leif Ove Andsnes vem brevemente à Gulbenkian !

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

St Margaret's Hope - aldeia das Orkney perto da Capela Italiana


Uma povoação quase anónima, modesta, irrelevante, nos confins de uma ilha lá para Norte: 'Hope', como é mais conhecida, é apenas uma aldeia numa das ilhas menores das Orkney, longe disto tudo, longe até da bela capital Kirkwall. O tempo passa mais devagar, poupada de desastres e calamidades (só de longe a longe alguma maré mais forte), à volta o vasto Atlântico Norte. Triste talvez, austera, solitária e pobre? Para quem bastam os mínimos de civilização, é um refúgio possível. Gosto desta sossegada irrelevância. Para quase todos, não interessará nada; passem à frente, pois, se for o caso. Hope não se chama assim por ser desejada.

St. Margaret's Hope fica na ilha de South Ronaldsay, Orkney, a mais próxima da costa escocesa. 


St. Margaret's Hope presta homenagem a Margaret, esposa santificada do rei Malcolm III da Escócia, no final do século XI. Será portanto anterior à formação de Portugal. A palavra Hope deriva do nórdico 'hjop' [hup], que significa baía, enseada. 

Durante o domínio dos Vikings noruegueses até ao século XIII (rei Hakon), era um porto de abrigo para as suas frotas, porto que se manteve activo nos séculos seguintes para servir o comércio local.



Quando nos aproximamos de ferry, começamos por ver uma linha de empenas de casas em granito escuro, uma ou duas pintadas de branco, e uma igreja mais acima. Um cenário que parece de há muitos séculos, visto que nada veio estragar o antigo.


St. Margaret's Hope

Coordenadas: 58.8° N, 2.9° W
População:  ~ 560

No século XVIII a comunidade da ilha abrigava aqui uns 50 barcos de pesca, que tinham no portinho o seu próprio molhe.  Em 1842 já eram  245 a pescar o arenque; foi a época mais rica da aldeia. Terminou no século XX, com a construção de barreiras na 2ª Grande Guerra.


As casas na orla do mar têm molhes e rampas de granito para o acesso do seu barco de pesca privado.



Hope está ligada à 'mainland' por ferry, um catamaran que faz a viagem em 1 hora.

Cabine do Piermaster, o Mestre do Cais.


Hope tem uma estreita rua principal - Front Road - e uma rua de trazeiras - Back Road - onde há alojamentos, uma loja e um café; uma curta travessa faz a ligação entre ambas. Começam à entrada da povoação, numa pracinha chamada Cromarty Square.

Cromarty Square

Sigamos pela esquerda, pela Front Road


Um pouco a frente, do lado direito, um conjunto de casas mais vistosas, com empena para a rua, é onde está instalada a Bellevue Inn.


Bellevue Inn, alojamento e restauração.


A meio da rua, uma casinha minúscula - a loja das bicicletas:



Atravessando agora para a rua de trás, encontramos cafés e pubs, mas é uma rua mais residencial.





Termina em Church Street, onde antas estavam as principais lojas, hoje convertidas ao turismo e lazer.

Uma das lojas mais antigas é "The old Trading Post", onde funciona um posto dos correios.


Robertson's era uma drogaria e loja de utilidades que recentemente foi convertida em café/sala de chá, dizem eles que é o melhor da terra para scones


Talvez a melhor loja da aldeia seja The Workshop:


Workshop & Loft Gallery vende peças de lã únicas das ilhas, pequeno artesanato local, e tem uma galeria de arte no 1º andar:
https://www.facebook.com/St-Margarets-Hope-Workshop-and-Loft-Gallery
http://www.workshopandloftgallery.co.uk/



E há, imagine-se, um museu, bem..., o The Smiddy Museum exibe instrumentos do antigo ferreiro da aldeia:


Quantos Museus do Ferreiro já visitou? :D

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Eventos culturais? É no Cromarty Hall; ballet (sim!), cinema e teatro, sobretudo comédia. Desde 1878. 


http://www.thecromartyhall.com/

O ferry 'Pentalina' de 2009 na baía de Hope.

O novo ferry da Pentlands é um catamaran





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Arredores de St. Margaret's Hope


Na ilha de South Ronaldsay, e mais para Norte em Lamb Holm, há alguns pontos a visitar.

As Barreiras de Churchill 

Winston Churchill fez construir barreiras artificiais para proteger a base naval de Scapa Flow de ataques de submarino, depois do navio HMS Royal Oak ter sido torpedeado em 1939. Para esse trabalho foram convocados os prisioneiros de guerra italianos detidos nas ilhas.


Desde 1940, as barreiras começaram a servir também de ligação terrestre entre South Ronaldsay e as ilhas vizinhas de Burray, Glimsholm e Lamb Holm.


São várias as barreiras, e são elas que agora permitem a conexão viária com as cidades de Kirkwall e Stromness.

A Capela taliana

Na minúscula ilha Lamb Holm existe uma inesperada capela católica ricamente decorada que surge do nada num pedaço de terreno raso relvado.


Foi feita de duas Nissen Huts, tendas pré-fabricados militares da WWII, pelos prisioneiros de guerra italianos saudosos do país.


O autor das decorações e recheio foi Domenico Chiocchetti. Os italianos foram repatriados em 1945, mas as gentes das Orkney prometeram-lhes cuidar da capela.




Uma caixinha de surpresas, estas ilhas nórdicas da Escócia.