terça-feira, 28 de setembro de 2021
Trude, Cidade Invisível, muitas vezes visitada
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
Klaipėda e Pärnu: duas cidades hanseáticas que me faltava conhecer
A ligação a Lübeck permaneceu quando a cidade foi integrada no reino da Polónia, depois no reino da Suécia, mas sempre vinculada à Liga Hanseática. A história de Klaipėda é uma tumultuosa sucessão de pertenças, depois da Suécia à Alemanha, à Rússia, à Lituânia... hoje, o porto marítimo mantém a vitalidade de outras eras - no Báltico oriental, é o principal porto livre de gelos no Inverno -, e a cidade ganhou maior dimensão, com quase 200 000 habitantes e Universidade. O porto é talvez a principal fonte financeira da Lituânia.
Na rua Aukštoji há mais casario do séc. XVIII/XIX:
Combina três estilos, o neo-gótico, neo-clássico e a arte nova, reflectindo diversas fases de construção e renovações, mas no conjunto imita a arquitectura austro-húngara. Os carrilhões dão um concerto aos fins de semana.
sábado, 18 de setembro de 2021
Ozymandias, de Percy Shelley - também declamado e ... traduzido.
Ozymandias
I met a traveller from an antique land
Who said - “Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert. Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown
And wrinkled lip and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamp'd on these lifeless things,
The hand that mock'd them, and the heart that fed.
And on the pedestal, these words appear:
"My name is Ozymandias, King of Kings:
Look on my Works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains: round the decay
Of that colossal Wreck, boundless and bare,
The lone and level sands stretch far away."
Que disse: - Duas imensas pernas sem tronco, em pedra,
Se erguem no deserto... Perto delas, sobre a areia
Meio enterrado, jaz um rosto em pedaços, cujo sobrolho
E enrugado lábio e esgar de gélido comando
Dizem que o escultor soube ler as suas paixões,
Que ainda sobrevivem, estampadas nessas coisas inertes,
A mão que escarneceu e o coração que alimentou.
E no pedestal aparecem estas palavras:
"Meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis:
Contemplai as minhas obras, ó poderosos, e desesperai!"
Nada mais resta: em torno da ruína
Daquele destroço colossal, num vazio sem fim,
As areias nuas estendem-se até ao longe.
domingo, 12 de setembro de 2021
"I've seen things you people wouldn't believe" - as minhas Tanhäuser Gates
I've seen things you people wouldn't believe...I watched C-beams glitter in the dark near the Tanhäuser Gate ....All those moments will be lost in time, like tears in rain.
Estes que se seguem, entre outros, são instantes improváveis em que eu "estava lá", e que fizeram a minha vida subitamente mais viva. Não feliz, só isso, mais viva. São as 'Tanhäuser Gates' que pude ter:
- Num Verão já longínquo, depois de uma hora de caminhada entre densos silvados e arbustos por um atalho da estrada das eólicas, mergulhei e nadei despido numa lagoa secreta do Lindoso. O meu momento de epifania OM hippie, e um gosto físico raro.
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Leif Ove Andsnes numa gravação excepcional de Mozart
Acontecimento editorial na música: o recente CD "Mozart Momentum 1785", com o pianista Leif Ove Andsnes (a quem já aqui me referi com entusiasmo a propósito de Beethoven) e a Mahler Chamber Orchestra é uma proeza de bem fazer música, mais ainda por ser realizado em plena crise da pandemia.
O título significa um tributo às obras que Mozart compôs em 1785 - um ano mirabilis ! São dois discos, nesta edição em CD da Sony; se o primeiro, com os concertos nº 20 e 21 (K466 e K467), já é muito bom, é no segundo que encontro as maiores maravilhas.
O quarteto K478, a Música para Funeral Maçõnico K 477 e o genial concerto nº 22, K482, o mais beethoveniano dos concertos de Mozart, são de tal modo executados e bem gravados que me parecem recomendações definitivas. A revista Gramophone não poupa elogios e com razão: é um disco notável
Só resta sublinhar que a impecável execução não traz nada de realmente novo, não é uma imterpretação que surpreenda ou quebre paradigmas. Simplesmente perfeita.
Excerto: Mozart, Piano Concerto No. 20 , K. 466 - II. Romance
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Atenção: Leif Ove Andsnes vem brevemente à Gulbenkian !
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
St Margaret's Hope - aldeia das Orkney perto da Capela Italiana
Uma povoação quase anónima, modesta, irrelevante, nos confins de uma ilha lá para Norte: 'Hope', como é mais conhecida, é apenas uma aldeia numa das ilhas menores das Orkney, longe disto tudo, longe até da bela capital Kirkwall. O tempo passa mais devagar, poupada de desastres e calamidades (só de longe a longe alguma maré mais forte), à volta o vasto Atlântico Norte. Triste talvez, austera, solitária e pobre? Para quem bastam os mínimos de civilização, é um refúgio possível. Gosto desta sossegada irrelevância. Para quase todos, não interessará nada; passem à frente, pois, se for o caso. Hope não se chama assim por ser desejada.
St. Margaret's Hope fica na ilha de South Ronaldsay, Orkney, a mais próxima da costa escocesa.
St. Margaret's Hope
Coordenadas: 58.8° N, 2.9° W
População: ~ 560
No século XVIII a comunidade da ilha abrigava aqui uns 50 barcos de pesca, que tinham no portinho o seu próprio molhe. Em 1842 já eram 245 a pescar o arenque; foi a época mais rica da aldeia. Terminou no século XX, com a construção de barreiras na 2ª Grande Guerra.
Termina em Church Street, onde antas estavam as principais lojas, hoje convertidas ao turismo e lazer.
https://www.facebook.com/St-Margarets-Hope-Workshop-and-Loft-Gallery
http://www.workshopandloftgallery.co.uk/
Eventos culturais? É no Cromarty Hall; ballet (sim!), cinema e teatro, sobretudo comédia. Desde 1878.
Arredores de St. Margaret's Hope
Winston Churchill fez construir barreiras artificiais para proteger a base naval de Scapa Flow de ataques de submarino, depois do navio HMS Royal Oak ter sido torpedeado em 1939. Para esse trabalho foram convocados os prisioneiros de guerra italianos detidos nas ilhas.
Desde 1940, as barreiras começaram a servir também de ligação terrestre entre South Ronaldsay e as ilhas vizinhas de Burray, Glimsholm e Lamb Holm.
São várias as barreiras, e são elas que agora permitem a conexão viária com as cidades de Kirkwall e Stromness.
Foi feita de duas Nissen Huts, tendas pré-fabricados militares da WWII, pelos prisioneiros de guerra italianos saudosos do país.