segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Recordar uma visita de Verão à Ny Carlsberg Glyptotek de Copenhaga.


Foi em 1996, há um quarto de século, que estive em Copenhaga pela primeira vez. A cidade revelou-se muito agradável - plana ! -, com arquitectura variada, desde os tempos Hanseáticos à arquitectura grandiosa da realeza setecentista.


A luz quase nórdica é muito bonita, talvez em resultado de toda aquela água  a espelhar, com as fachadas ocre  de Nyhavn e as cúpulas cobreadas a refulgir junto aos canais. Nos arredores, há o Louisiana Museum que já aqui mencionei, e para poente a cidade de Roskylde com a sua bela catedral gótica e museu Viking.

Ny Calsberg Glyptotek
 

Tinha-me quase esquecido do melhor museu de Copenhaga, a galeria Ny Carlsberg com as suas abóbadas vidradas que via do meu quarto de hotel. Não diria que foi memorável, nem deslumbrante; mas reconheço que é um dos grandes museus da Europa, com uma colecção que deixa muito para trás a Gulbenkian. Embora as vastas galerias de estatuária sejam o espaço dominante e mais espectacular, foi nas acanhadas salas de pintura e escultura que encontrei algumas das melhores obras.

Depois da entrada pode-se passar ao jardim de Inverno, sob a cúpula envidraçada.



E subindo ao 1º andar, enconta-se o hall central rodeado de estatuária greco-romana. Aqui realizam-se palestras e outros eventos.



O Museu, fundado em 1888, começou por ser uma colecção de esculturas - Glyptotek - de Carl Jacobsen, o empresário de destilação que criou a Carlsberg de onde deriva o nome.

A actual colecção permanente distribui-se por dois departamentos principais: o departamento da Antiguidade, com arte da Suméria, Egipto, Grécia, arte Etrusca e Romana; e o da Modernidade, com pintura dos séculos XIX e XX, sobretudo Francesa e Dinamarquesa. 

Começo pela arte antiga do Mediterrâneo, no séc. XIV A.C. ; de El-Amarna, nas margens do Nilo, provém esta lindíssima placa que retrata a Princesa Meritaten.


Nascida em Tebas, era filha do faraó Akhenaten, na 18ª dinastia, que estabeleceu El-Amarna como capital. Das prolongadas excavações com apoio da Ny Carlsberg resultaram vários achados, e alguns foram doados à instituição.


Das Portas de Ishtar da capital da antiga Suméria, o museu tem duas fantásticas paredes esculpidas.


O Dragão mušḫuššu :


Criatura mitológica e sagrada na antiga Mesopotâmia, o mušḫuššu é um híbrido de águia (garras), peixe (escamas) e serpente (cabeça), com cauda, chifres e crista ! 


Outro animal mitológico é o Touro Adad, também na porta babilónica (1000 - 500 AC):


Divindade soberana, da chuva e da fertilidade.


Voltando ao Egipto mas agora em 600 AC, uma escultura preciosa de cabeça de gato, o animal que os egípcios mais acarinhavam e até sepultavam com cerimónia:


Olhos de âmbar.

Uma ânfora Etrusca, 525-490 AC.


Sarcófago Etrusco de um ancião com hipocampos, 198 AC

O hipocampo é uma criatura marinha que na mitologia etrusca guiará a alma na passagem para a outra vida. Grego ketos, latim cetus.

Por esta altura, podia muito bem dizer-se - chega, já valeu o dia, nem preciso de ver mais nada; mas há tanto mais...


Livia, a mulher do Imperador Augusto, séc. IV


Só em galerias de escultura podia-se passar um dia. Além da Egípcia e Greco-Romana, a escultura francesa onde Rodin é um must.

Os Burgueses de Calais, Rodin - 1885

O Beijo, Rodin

As Três Graças, de Antonio Canova, cópia de uma das versões, séc XIX.

E a colecção de estatuetas de dançarinas em bronze, de Degas ?!! Ficava ali horas.




Uf ! Pintura, então. Francesa - um tesouro.

Monet, Moínho e barcos em Zaandam, 1872

Gauguin, Paisagem de Tahiti, 1893.

Cézanne, Natureza Morta com Maçãs numa Taça, 1882

Degas, Bailarinas praticando no Foyer, 1890
(uma casa de ópera em Paris)

Um dos favoritos:

Berthe Morrisot, Rapariga entrançando o cabelo, 1893

Mas não só francesa:

Van Gogh, Paisagem em S. Remy


Será que estamos mesmo na Dinamarca? Mais parece o Louvre... A confirmar, algumas obras nacionais:

Wilhelm Bendz, Um clube de fumadores, 1828

Um milagre no centro de Copenhaga.



domingo, 23 de janeiro de 2022

Os olhares perdidos de Tarkovsky


Andrei Tarkovsky, cineasta russo genial que produziu uma mão cheia de obras primas, sofria por não receber na Rússia o reconhecimento e apoio que julgava, justamente, merecer. Os seus filmes eram cortados, rejeitados, sabotados, e finalmente decidiu sair da Rússia para filmar livremente na Itália e na Suécia.

Tarkovsky 'escreveu' no seu Offret (Sacrifício), de 1986, que passamos toda a vida à espera, à espera de qualquer coisa diferente... e se nada vier, seremos nós a atear fogo a tudo o que a nossa vida foi, e ficarmos a ver. Mas ele afinal nutria outra opção, como diz nesta carta ao seu amigo também cineasta Sergei Parajanov: teve sempre a 'Nostalgia' (!) de trabalhar na terra, cultivar e construir uma vida no meio rural.

No campo estive ocupado com a construção de um celeiro novo. Consegui realizar um celeiro magnífico, uns 40 metros quadrados, com uma saliência do telhado em ardósia. Infelizmente não tenho fotografias para te enviar. Passámos uma boa temporada por lá, e comecei a sentir que provavelmente podia viver sem a desgraçada e abandonada arte do cinema. Vivendo desta forma toda a minha vida, na margem do rio, e escrevendo um longo e infindável livro que o meu filho continuaria a escrever depois de eu morrer, e depois o filho dele, e assim sucessivamente... E vivendo com o nosso próprio trabalho. Tivemos um terreno plantado de 1500 metros quadrados, e um pequeno jardim.
Aqui já não aguento mais: a persuadir inutilmente toda a gente de quão importante é a arte do cinema. De facto sinto que estou cada vez mais perto de realizar esta ideia. O que me está a contrariar é a vaidade e o pesar pela meu desprezado talento; ambos sentimentos mesquinhos e insignificantes.
 

                                                                                               Andrei Tarkovsky

Algumas imagens da filmografia de Tarkovsky que mostram esse talento, agora consagrado, e nos marcam para sempre: os olhares perdidos.

Solaris


O Espelho


Stalker



Nostalgia


O Sacrifício




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Este post foi-me inspirado pela leitura do texto de Tarkovsky no blog A Biblioteca na Floresta.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Ph(i)Nkº, a Criação segundo Italo Calvino


"Tudo num ponto", de Italo Calvino, é um dos seus genias contos cosmi-cómicos. Quem se lembraria de fazer nascer o Universo de um acto de generosidade? Sim, quando tudo estava concentrado num Ponto, como uma lata de sardinhas, um dos habitantes do Ponto, a signora Ph(i)Nko, uma típica "mamma" italiana, sufocava sem espaço. Queria fazer tagliatelle para a rapaziada !

Excerto final da história da Criação, narrada pelo velho Qfwfq:

Estavámos tão bem todos juntos, tão bem, que alguma coisa de extraordinário tinha de acontecer. Bastou que a certa altura ela dissesse: - Rapazes, se eu tivesse espaço, gostava tanto de vos fazer uns tagliatelle !E naquele momento todos pensámos no espaço que tinham ocupado os seus roliços braços movendo-se para frente e para trás com o rolo a espalhar a massa, o peito inclinado sobre o montão de farinha e de ovos que atulhava a vasta travessa enquanto seus braços amassavam amassavam, brancos e untados de azeite até aos cotovelos; pensamos no espaço que teriam ocupado a farinha, e o trigo para fazer a farinha, e os campos para cultivar o trigo, e as montanhas de onde corria a água para regar os campos, e os pastos para o gado que forneceriam a carne para o molho; no espaço que seria necessário para que o Sol viesse com os seus raios amadurecer o grão; no espaço para que a partir das nuvens de gás estelares o Sol se condessasse e incendiasse; na quantidade de estrelas e galáxias e aglomerados galácticos em fuga no espaço que teria sido necessária para manter suspensa cada galáxia cada nebulosa cada sol cada planeta, e no momento mesmo em que o pensávamos, esse espaço, imparavelmente, ia-se formando: no momento mesmo em que a sra. Ph(i)NKpronunciava aquelas palavras: " - tagliatelle, ora vejam, rapazes ! -", o ponto que a continha a ela e a nós todos expandia-se numa incandescência de distâncias de anos-luz e de séculos-luz e milhares de milénios-luz, e nós lançados aos quatro cantos do universo (o sr. Pber t Pber d foi parar a Pavia), e ela dissolvida em não sei que espécie de energia luz calor, ela, a sra. Ph(i)Nko, ela que no meio do nosso fechado mundo mesquinho tinha sido capaz de um impulso generoso, o primeiro, "Rapazes, que tagliatelle eu vos daria a comer !", um verdadeiro impulso de amor geral, dando início no mesmo instante ao conceito de espaço, e ao espaço propriamente dito, e ao tempo, e à gravitação universal, e ao universo gravitante, tornando possíveis biliões e biliões de sóis, e de planetas, e de searas de trigo, e de senhoras Ph(i)NKo, dispersas pelos continentes dos planetas, que amassam com seus braços untados e generosos e enfarinhados, e ela desde esse instante perdida, e nós chorando por ela.

Saudades de quando estávamos todos juntos, numa singularidade única !

Para todos nós, a esperança de retornar ao ponto inicial é principalmente a de nos encontrarmos de novo junto à senhora Ph(i)NKo.

Fábula, alegoria, parábola, o que quiserem, mas não há outro que se compare a Calvino.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Estreia 2022 na Casa da Música : quatro estrelas para Rowan Pierce e a Ode.


Voltei finalmente à Casa da Música. Nesta jigajoga de regras pandémicas, fiquei surpreendido por já haver lugares marcados - marcaram-nos automaticamente sem nos consultar, depois da assinatura comprada - e para mais lugares adjacentes, sem cadeira vazia a separar ! Tudo ao molhe, com máscara mas ombro a ombro. Tínhamos o certificado, mas não conseguiram ler o QCode com a qualidade de impressão ´normal´ que usei. Enfim.

Casa cheia, portanto. Outra surpresa: em vez de um côro decente, como o da própria Casa, tivemos um "quarteto vocal", ah ah, um quarteto portuense para bravos da família. E o tenor, à falta de encontrar melhor , foi Fernando Guimarães, que eu nunca ouvira. O palco estava iluminado em cor de rosa, o que achei 'piroso´, ainda pior sob o tema "Amor".

Todas as minhas expectativas estavam centradas em Rowan Pierce (soprano) que de qualquer forma tem as melhores arias da noite: as da Cantata do Casamento BWV 202 de Bach, e as da Ode a Santa Cecília de Handel, uma obra prima de todos os tempos de toda a música. Quanto aos outros músicos, sei que Laurence Cummings é capaz de uma direcção decente.

Na Cantata, em que as árias são para soprano, gostei muito da Orquestra e da direcção de Cummings. Diga-se que há dois valores fenomenais que salvam sempre um concerto da Barroca da CdM: o oboísta Pedro Castro e o violoncelista Filipe Quaresma. Mas também o fagote esteve muito bem. Já Rowan Pierce se esforçou pouco: cantou sem expressão, não deve estar muito à vontade na língua alemã; embora seja uma voz bonita e doce, parecia tíbia e não se fazia ouvir sobre a orquestra.

Para a Ode entrou o dito côro, o tenor e alguns mais músicos - em particular uma organista para a ária do órgão, um percussionista e um trompetista.

O início foi excelente, são três andamentos orquestrais e foram muito bem tocados. O primeiro desastre seria o côro, ou melhor, o quarteto vocal; não sei individualizar os defeitos, sei que ao cantarem "Harmony" não havia harmonia nenhuma, havia um desacerto tímbrico irritante, uma sonoridade pífia e desagradável; se calhar também faltaram ensaios. 

Mas chegou a aria da Voz, da Human Voice, What passion cannot music raise. E foi um deleite musical: cantada desta vez com mestria e força expressiva por Rowan Pierce, acompanhada de uma orquestra decente (quase boa), foi um prazer do princípio ao fim; mas maravilhosas foram as passagens em que cantou com voz de veludo sobre o violoncelo de Quaresma: merecia um bravo de toda a plateia.

A primeira aria que coube ao tenor foi novo desastre; é um tema bélico para as trombetas, que a orquestra tocava com vivacidade mesmo sendo deficitária em metais, mas foi arruinada pela voz incerta, trémula, sem chama, de Guimarães. Uma pena.

Rowan Pierce voltou a deslumbrar na aria do órgão, But oh! what art can teach, cantada com entusiasmo, enlevo e umas firmes e fortes notas altas, sobretudo com longos fraseios barrocos que soube prolongar sem respirar, admiravelmente.

O final é um coral triunfante que foi mais ou menos um desconchavo; os dois solistas acabaram por se juntar ao quarteto vocal e ao próprio Cummings numa espécie de coro a 7 improvisado sem jeito nenhum, só para fazer mais volume de som.

Depois, houve um encore estranho - 'Lascia ch'io pianga' cantado em coro pelo septeto ! Tivessem deixado Rowan Pierce só com a sua voz, e podia ter sido bonito.

Eu esperava uma Ode de bom nível, bem ensaiado e bem interpretada, saiu-me esta coisa estranha. Mas valeu, bem haja, Rowan Pierce !

E haja música. Deixo uma aria de Handel, para começar em beleza este ano novo. Canta, claro, Rowan Pierce.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Descendo os rios de Oxford, o Isis e o Cherwell


Proponho uma bela passeata para compensar a reclusão forçada.

Oxford é sobretudo colégios, mas foi justamente  a sociedade universitária que criou outros mitos; um dos mais consistentes e bonitos é o mito fluvial, o culto dos rios - Isis (Tamisa) e Cherwell. Tanta coisa acontece e é romanceada nas margens, nos prados dos colégios, no parque de Christchurch, nas pontes e eclusas, em docas e em ilhas ! Começando pela Alice de Lewis Carroll, passando por todos os vitorianos, por C. S. Lewis, Tolkien, Pullman,  até ao mais recente Field Guide to Reality de Joanna Kavenna. Os próprios nomes de locais já são um programa de aventura romântica vitoriana: Mesopotâmia, Parson's Pleasure, Dame's Delight, Isis, Folly  Bridge...  

Das vezes que estive em Oxford dediquei-me quase só aos colégios e à vida urbana; descobri que a água que corre é parte da arquitectura, e da vida da cidade - como em Veneza - e, do muito que entretanto li e pesquisei, aqui exponho a Oxford fluvial e campestre, um roteiro diferente. [mapa no final do post]

Os rios de Oxford, entre Binsey e Iffley

Binsey é um lugarzito a norte de Oxford, por onde o Tamisa corre largo e pouco profundo; mas aqui divide-se em canais e começa a ser mais navegado por barcas. A Rainbow Bridge, pedonal, foi construída por subscrição pública.


À entrada de Oxford , a Isis Lock é uma bonita eclusa com ponte pedonal.



Daqui até à Folly Bridge, o Tamisa divorcia-se da Universidade, cujos campos e prados estão a leste da cidade, do outro lado, a dar para o Cherwell. Mas o passeio marginal tem passagens muito bonitas, como quando surgem as Gasworks Bridges, uma relíquia do passado industrial no meio de margens densamente arborizadas.



É altura de mudar para leste até ao rio Cherwell; desde Marston e o seu pub Victoria's Arms, 3 km a norte de Oxford,  o curso do rio divide-se em três canais separados por uma série de ilhas de verdura; parece que estamos no countryside – prados de celidónias e salgueiros chorões a toda a volta, canas cortadas ao sol. 



A High Bridge, de 1924, é mais vulgarmente chamada Rainbow Bridge

Vista do cimo de High Bridge.

O banquinho memorial Tolkien Bench , ladeado por duas "árvores da luz" de Valinor, uma Rubínia e um Ácer.


Este é o troço fluvial mais luxuriante, agora integrado nos Parques da Universidade, junto à secção de Ciências.


No extremo norte da Mesopotamia fica Parson's Pleasures, onde nos tempos vitorianos e mais tarde à socapa os estudantes rapazes se banhavam nus. Uma borga. 



Idílico, indeed.

Claro que não tardou a haver o Dame's Delight, onde as meninas dos colégios tinham direito ao mesmo. 'Fecharam' para o público em 1970.

Nus é que já não há, perdeu o sentido rebelde e há demasiada gente a fotografar.

'Mesopotamia' é uma ilha arborizada, estreita e comprida, rodeada e atravessada por trilhos pedonais, que pertence já à Universidade. Numa velha tábua algum estudante brincalhão inscreveu em pseudo-latim:

Ore stabit fortis arare placet ore stat
(O rest a bit for 'tis a rare place to rest at)

A ilha é um pequeno paraíso com bom tempo, e um lugar desolado, talvez assombrado, com os nevoeiros densos frequentes em Oxford que suscitam mil fantasias.



O trilho Mesopotamia Walk percorre a ilha até à antiga Casa do Moínho, meio escondida no arvoredo.


De finais do séc. XVIII, o King's Mill é agora propriedade privada.

Ao entrar nos terrenos do Magdalen College, dão nas vistas as pontes brancas entre as margens.

Os vários ramos ou canais do Cherwell juntam-se aqui antes de passar sob a Magdalen Bridge.


A Magdalen Bridge, de 1790, é o coração do Cherwell. Logo depois dos arcos da ponte, encontra-se o também mítico Jardim Botânico e um cais de barcos de passeio, punting. Aqui muitas páginas foram escritas (Carroll, Tolkien, Pullman), e muitas cenas filmadas para cinema e TV.


Arcos centrais.


O Cherwell segue dividido em dois canais, que se unem um pouco mais abaixo, sob a nova Jubilee Bridge. Como escrevia um estudante de pseudónimo Cuthberd Bede, "entre as abertas das árvores há vislumbres dos edfícios cinzento-velho dos colégios; o Isis brilha como prata líquida, bordeado acima e abaixo de barcaças e botes; e depois outra mancha de campos verdes... "

Christchurch Meadows Walk

São notáveis neste troço algumas Zelkovas e as Bétulas.

Uma das antigas Zelkovas do parque.


Recentemente, em 2014, foi construída a Jubilee Bridge, travessia pedonal em tubos de aço encurvados entre duas áreas dos Meadows.

Jubilee Bridge

E acontece a confluência dos dois rios, quando o Cherwell passa além de mais uma curta ponte pedonal.

Assim, pacificamente, desagua e termina o Cherwell.

                               Sweet Cherwell, from thy crystal tide
                               What note of sorrow meets my ear,
                               While nature laughs in summer's pride,
                               And flings her choicest treasures here!

Voltemos então ao Thames / Isis: um pouco antes da confluência há a Folly Bridge, nome enganador pois é uma ponte absolutamente trivial.

O Tamisa no seu percurso mais urbano em Oxford.

O nome provém do edifício adjacente, a Folly House, casa acastelada de 1849 com decoração exuberante, construída para um matemático excêntrico.

Ora aí está uma casa em que, numa estadia curta, nunca se repara.

Acrescido com o afluente, o curso do Tamisa é regulado em Iffley, uma ilha com comporta na saída para sul de Oxford, a seguir à lojinha Alice's Shop onde comprei Alice in Waterland de Mark Davis.

Terá sido o destino do primeiro passeio de Alice com Lewis Carroll em Maio de 1862.

Uma ponte no estilo georgiano, de 1783.



                           Ever drifting down the stream — 
                           Lingering in the golden gleam — 
                           Life, what is it but a dream ?

                                                                                 Lewis Carroll


Que tal a passeata ?


Mapa dos rios de Oxford


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Fontes consultadas:
Alice's Oxford On Foot
Alice in Waterland
A Clerk of Oxford
The Secret History of Oxford