terça-feira, 1 de setembro de 2009

Salas de concerto: o KKL de Luzern






O KKL (Kultur und Kongresszentrum Luzern) foi obra do arquitecto francês Jean Nouvel. Construído entre 1995 e 2000, afirmou-se como uma das mais belas, requisitadas e frequentadas salas de concerto do mundo.

Na verdade são 3 edifícios de vidro e aço, unidos sob um fantástico tecto de alumínio negro. Nouvel terá dito, preocupado com a harmonia da obra com o movimento náutico de Lucerna: “se não posso construir dentro do lago, faço o lago entrar na construção” ... e fez o projecto, junto à água e ao cais de embarque, com dois canais que entram no prédio, tornando-o mais fresco, um repuxo, e uma galeria aberta que proporciona um belo enquadramento.


O interior é tão fantástico como o exterior, rico de espaços surpreendentes, de cores e materiais, e perspectivas sobre o lago e a cidade.


Os três edifícios são o Lucerne Hall (1800 ligares), o Centro de Congressos e o Museu de Arte.

http://www.kkl-luzern.ch/navigation/top_nav_items/start.htm

O meu melhor ano em Lucerna foi 2003; tive como já disse a sorte de assistir a uma assombrosa 2ª de Mahler, que veio a ser gravada em CD, no que foi o 1º ano de Abbado à frente da sua Orquestra:

Assisti também a um inesquecível recital de Cecilia Bartoli, divertidíssima, acompanhada singelamente pelos músicos do “Le Musiche Nove”, e não me lembro de tão elevada qualidade acústica em qualquer outra sala; estava eu nessa altura de cadeira de rodas...o que me garantiu um lugar de luxo !


O Festival de Lucerna tem duas épocas - Páscoa e Verão. Há também um festival de piano.

No Verão, o ponto alto são os concertos com a Luzern Festival Orchestra, dirigida por Abbado, os recitais líricos (Bartoli foi assídua) e as orquestras e maestros convidados (este ano, Simon Rattle com a Fil. de Berlim, nas Estações de Haydn !!!). Na Páscoa o ambiente é mais de câmara ou barroco - Harnoncourt tem sido recorrente - mas também há classicismo e Mahler.

5 comentários:

Alberto Velez Grilo disse...

Mário

Que tal a voz da Batoli? É pequena como dizem?

Um abraço

Mário R. Gonçalves disse...

Pequena? Eu não diria isso. Em gorgeios é imbatível - daí o sucesso com Vivaldi, Salieri, os castrati, etc. A ginástica vocal é alucinante. Mas a voz vem quase só da garganta, falta-lhe caixa de ressonância. Mesmo assim, fez uma excelente Cenenterola ! Em Lucerna, tinha um programa variado de árias e lieder, a que deu muita vivacidade e colorido, a afinação da voz é perfeita e os ágeis floreados casam bem com pequenos grupos instrumentais.

Claro que nunca será uma Wagneriana!

Alberto Velez Grilo disse...

Caro Mário, era precisamente isso que eu queria dizer com pequena. Não necessariamente um defeito.

O que tenho ouvido é que algum público, e não nos esqueçamos que a Bartoli é uma opera star, fica um pouco desiludido com a falta de volume vocal porque está habituado à Bartoli dos CD.

Já agora, em Madrid há um recital com a senhora e os preços são o dobro dos dos outros recitais que incluem a Damrau, a Fleming a Gruberova e a Cioffi. Acho que não é merecido.

Um abraço e parabéns pelas fotografias do KKL

Mário R. Gonçalves disse...

Se a ética e a estética governassem as coisas, a Bartoli não teria maior cachet que a Damrau ou a Gruberova; a Fleming também é muito bem paga!

Mas como o que manda é a imagem pública, tanto a Fleming como a Bartoli têem quem trate muito bem de marketing e saiba valorizar qualidades físicas tanto como as vocais...

Alberto Velez Grilo disse...

Nem mais.

Por isso vou tentar is ver a Gruberova