terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ainda o Mahler de Abbado em Lucerna

"More than a mere symphony
By Shirley Apthorp ,FT
Published: August 25 2009


Well into the concert, it dawns on me: I will never hear a better Mahler 4. With this realisation comes a queasy sense of my own mortality and a panicked desire to hold on to every split second.

I am not alone. The entire Lucerne audience seems to have stopped breathing from sheer awe. This is what happens when Claudio Abbado conducts the Lucerne Festival Orchestra. There is a life-or-death immediacy, coupled with a level of technical perfection that has no equivalent anywhere in the world. At the end, Abbado lowers his hands slowly enough to guarantee a collective silence that lasts a good 20 seconds - in a concert hall, that feels like half an eternity. The point is driven home: this was more than a concert. This was a religious experience."


Com o concerto já adiantado, senti uma revelação: nunca ouvirei uma 4ª de Mahler melhor que esta. Com esta constatação veio a sensação da minha mortalidade e um desejo aflito de agarrar cada breve segundo.

Não fui só eu. Toda a audiência de Lucerna parecia ter parado de respirar de puro espanto. É assim quando Abbado conduz a Lucerne Festival Orchestra. Há uma imediata proximidade da vida e da morte, conjugada com um nível de perfeição técnica sem equivalente.

No final, Abbado baixa as mãos lentamente ( como em oração) para garantir um silêncio colectivo de quase 20 segundos - numa sala de concerto, parece uma eternidade.

Mais do que um concerto, foi uma experiência religiosa.

Descrição bastante elucidativa da minha experiência com a 2ª de Mahler em Lucerna, há uns anos. Imperdível, nem que seja uma vez na vida.

2 comentários:

Paulo disse...

Vi no Arte Live Web, mas parece que já não está disponível. E há alguns anos Abbado também dirigiu Mahler no Coliseu (se não me engano, a 2ª, com a Filarmónica de Berlim).

Mário R. Gonçalves disse...

Deve ter sido muito bom... mas a empatia de Abbado com a sua orquestra de Lucerna é um caso à parte.