Uma sala de ópera que gosto de frequentar é a Real Ópera de Estocolmo (Kungliga Operan). Para já, porque Estocolmo é para mim a mais bela das capitais europeias, assente sobre ilhas num vasto plano de água (como Veneza), com um centro histórico bem conservado e agradável, magníficas zonas novas e passeios marítimos, miradouros fabulosos, perfis urbanos e enquadramentos bonitos e invulgares, parques e museus abundantes, um serviço de transportes integrado modelar, e a luz incrível das latitudes mais a norte.
A Ópera está muito bem situada, nos limites entre a zona neoclássica e a cidade antiga, à beira de um canal do fiorde. É um magnífico edifício neoclássico, com uma escadaria de mármore, um foyer folheado a ouro, e um auditório algo pequeno – 1200 pessoas – mas elegante. Data de 1898, mas a ópera já existia em Estocolmo desde 1782, noutro edifício entretanto demolido.
Desta sala sairam para o mundo nomes como Birgit Nilsson, Elisabeth Söderström, Nicolai Gedda ; mais recentemente, Håkan Hagegård e Anne Sophie von Otter também são vozes assíduas aqui.
Da última vez, em 2007, assisti ao Cosi fan tutte, com uma excelente Dorabella de Susanne Végh; foi uma encenação muito elogiada, e com razão - não faltava criatividade e bom gosto nos cenários e roupas; a opção foi pelo humor na parte inicial, dando aos poucos lugar a mais seriedade; o elenco de cantores variava entre razoável e o muito bom - Gunnar Lindberg e Susanne Végh.
Direcção e encenação - Ole Anders Tandberg
Cast:
Maria Fontosh – Fiordiligi
Susann Végh – Dorabella
Peter Mattei – Guglielmo
Jonas Degerfeldt – Ferrando
Hilde Leidland – Despina
Gunnar Lundberg – Don Alfonso
Coro e orquestra da Royal Opera / Okko Kamu
À falta de um vídeo dessa récita, deixo aqui uma ária de Rossini cantada por Susanne Végh, à apreciação crítica do Alberto Velez Grilo (e mais quem queira) :
Susanne Végh
"Una voce poco fa", de Rossini (IL BARBIERE DI SAVIGLIA)
3 comentários:
Olá Mário
Quanto à ópera de Estocolmo, o edifício é lindíssimo, por fora e por dentro. Já lá assisti assisti a uma Flauta Mágica, uma Tosca e um Falstaff.
Susanne Végh, falarei dela noutro comentário.
Caro Mário
Confesso que não gostei da voz da Végh. Pelo menos nesta ária.
O timbre não é feio, mas a técnica deixa muito a desejar.
Apreciei o registo mais grave. O registo agudo é menos bom. O final é desastroso. Mas a cantora podia não estar nos seus dias.
Um abraço
Alberto
:)estou de acordo; mas os graves são MESMO bons.
Como lhe disse, não há mais nada dela no Tube; e a Dorabella é bem mais fácil do que a Rosina...
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