Pronto, está confirmado: Christopher König é "o" maestro que faz a diferença na ONP. Nem Peter Rundel, nem o medíocre André Martin, nem Emílio Pomàrico, nem o muito mau Yves Abel.
O maestro titular König não só conhece os músicos como cada ruga da palma da mão, mas tem também a capacidade inovadora e criativa da juventude, é estudioso e mantém-se actualizado em termos do que se faz noutras partes do mundo.
Para já , pôs os músicos da ONP a tocar de pé ! Nunca visto por cá numa orquestra clássica. Conjugado com uma energia esfuziante e certamente com bom trabalho nos ensaios, resultou numa prestação digna de uma boa orquestra europeia - diálogo eloquente entre partes da orquestra, trechos solistas a bom nível, exploração dinâmica da agógica barroca, stacattos e tutti muitíssimo expresivos e bem conseguidos. Os músicos contagiados em palco pela entusiástica direcção. Nem parecia a "mesma" orquestra. De parabéns, König.
O programa do concertos de Sábado, 5/12, foi também inteligente, criativo e conseguido: alternando com as sinfonias de Haydn (Nos. 6,7,e 8), foram inseridas obras de Arvo Pärt, talvez o maior génio da música contemporânea. O contraste foi evidente mas educativo. A conjugação de elementos da orquestra em Pärt é diferente mas também articula um diálogo espacial e sonoro; o uso de dissonâncias e atonalismo é sempre resolvido em beleza, em acordes consonantes e melodia; os tutti de Pärt têem um impacto e dramatismo quase operático como os de Haydn.
Em suma, uma bela surpresa de Natal. Haydn ficou bem neste seu dia.
[Nota: também Joseph Swensen foi excelente à frente da ONP]
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