Então vamos lá à cimeira de Copenhaga e às alterações climáticas. Cada vez mais me convenço que ainda não há verdadeira ciência feita sobre a questão. Há mesmo uma guerra aberta entre duas escolas - ambas aceitam as alterações climáticas, mas uma culpa exclusivamente o Homem e outra não. Uma vê a solução para o problema nas restrições à produção e ao consumo, outra só encontra solução em novas tecnologias que ajudem a minorar o fenómeno.
Claro que em Copenhaga domina a primeira tendência, a dos que acham que desde a revolução industrial a humanidade acumulou na atmosfera tal quantidade de CO2 que o aquecimento daí decorrente nos conduz a uma catástrofe abundantemente anunciada e dramatizada. Como diz o antigo redactor chefe da New Scientist, Nigel Calder, é mais uma religião que uma teoria. De facto, embora maioritariamente aceite, é ainda uma hipótese - não foi provada. Mas é com ela que nos bombardeiam nos media - TV e jornais adoram o lado catastrofista e de "reviralho social" deste cenário.
Do outro lado, os negacionistas, vistos como herejes e vendidos (às multinacionais, claro). Não só atribuem o maior peso das alterações a fenómenos naturais ( Sol, aquecimento vindo do interior do planeta, ciclos climáticos) como têem a desvergonha de anunciar que o aquecimento é passageiro (logo o CO2 não precisa de grande combate) e, suprema heresia, vivemos um ciclo de arrefecimento. Os glaciares não derretem "por cima", por aquecimento da atmosfera - mas "por baixo", por aquecimento da terra e do mar. Claro que nada disto está também provado - temos duas escolas, duas hipóteses.
Já tem havido dissidências e escândalos, provas de que o Greenpeace manipula dados e estatísticas como lhe convém, acusações desmentidas como "provocações de vendidos". Agora há mais um, e dos fortes. Chamam-lhe o "Climategate".
A 19 de Novembro, um "hacker" entrou no correio da organização No.1 da Europa no estudo do clima, a CRU (climate research unity) da Universidade de East Anglia. A CRU é o centro de referência a nível europeu da escola CO2-catastrofista, em estreita colaboração com a congénere americana, o Instituto Goddard da Nasa. Juntos constituem o mais sólido esteio da teoria "AGW", Anthopogenic Global Warming, que ditou a agenda de Copenhaga e é a base em que assenta o IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), entidade máxima internacional.
Pois o que revelaram as mensagens de correio espiolhadas pelo "hacker" russo (para que conste) ? Batota, muita batota. O director do CRU escreve por exemplo em 1999: «acabo de completar a astúcia de Mike na revista "Nature", juntando temperaturas reais em cada série para os últimos 20 anos (...) de forma a esconder a diminuição». Trata-se de uma imprevista diminuição de temperatura que estragava o estudo. Mais tarde, em 2005, quando um jornalista invocava o direito à informação para reclamar os dados meteorológicos obtidos pelo CRU, escreve: « prefiro destruir o ficheiro a enviá-lo a seja quem fôr.» Ou ainda: «Tive muitas dificuldades em equilibrar as necessidades da Ciência com as do IPCC, que nem sempre eram as mesmas».
Conclusão dos negacionistas: as teorias do IPCC estão falseadas com truques.
Só para esclarecer um pouco melhor: os dados de que se dispõe desde cerca do ano 900 D.C. levam ao seguinte gráfico (do IPCC) no decurso do útimo milénio:
Este gráfico de altos e baixos cíclicos torna ridícula a teoria de um súbito e forte aquecimento pós-revolução industrial. O MWP (Período Quente Medieval, em que a temperatura subiu alguns graus mais do que actualmente - e tornou a Gronelândia "Grøn", Verde, para os Vikings) e o LIA (Pequena Idade do Gelo, que os exterminou de frio) simplesmente dão cabo do panorama, tinham que ser disfarçados.
Se o IPCC de início aceitou os factos, rapidamente se viu na necessidade de os manipular para defender o seu modelo. Sucessivos "estudos", "melhoramentos" e "reconstruções" acabaram com os altos-e-baixos, substituidos por um gráfico em zig-zags verticais como num sismograma:
Vejam só como agora é evidente que a temperatura vinha diminuindo no milénio até que surge o fenómeno do aquecimento pronunciado desde 1900! Que milagre!
Mas a "batota" principal agora denunciada está na parte final (mais recente) do gráfico. Os pormenores são demasiado complexos para aqui os expôr (ver link abaixo), mas em poucas palavras : foram ignorados vários dados, estudos e modelos que NÃO apontam para aquecimento acima da média nos últimos anos, em favor de outros que apontam para um brutal aquecimento; sendo que estes não merecem mais credibilidade que os outros.
Portanto: aquecimento global antropogénico, valente treta. Pateada e BOLA PRETA do Livro de Areia.
Aguardemos.
Artigo sobre o Climategate:
http://climateaudit.org/2009/11/20/mike%e2%80%99s-nature-trick/
Está tudo explicado aqui:
http://www.americanthinker.com/2009/12/understanding_climategates_hid.html
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