Hernán Cortés de Monroy y Pizarro (1485 – 1547) foi o conquistador espanhol que chefiou a expedição que arruinou o império Azteca e entregou a maior parte das terras mexicanas ao Rei de Castela, no séc XVI.
Em 1518 Velázquez, governador de Hispaniola (Cuba), atrapalhado com falta de terras cultiváveis e mão de obra escrava, entregou a Cortés o comando de uma expedição para explorar, negociar e controlar o interior do México para a sua colonização.
Cortés tinha 19 anos , e deixara a Espanha após um breve período de estudo das Leis. A sua ambição e forte personalidade causaram desconfiança a Velásquez, que acabou por o retirar da missão, mas Cortés ignorou as ordens e, com 11 barcos, 500 homens, 13 cavalos e alguns canhões, desembarcou na Península de Yucatan. Mas não tencionava apenas explorar, negociar e libertar alguns prisioneiros cristãos: ambicionava a conquista do México.
Avançou para o interior e descobriu Tenochtitlan, capital do império Azteca. Apoiado por vários povos indígenas aliados, que forneciam guias e intérpretes, a expedição duraria 3 meses ao longo de 300 difíceis quilómetros.
O império Azteca era relativamente jovem - datava do séc XIV - e encontrava-se numa fase próspera e de franca expansão. Tenochtitlán era um esplêndido complexo de construções, templos, lagos, canais, um grande centro de civilização.
A população da cidade começou por se iludir, julgando Cortés descendente da dividade Quetzalcoatlin, de pele branca. A profecia previa o regresso de Quetzalcoatlin para reclamar a sua autoridade sobre os Aztecas. Moctezuma, o imperador, acolheu Cortés como um deus, com grandes oferendas aos espanhóis.
Mas, a pretexto de barbaridades cometidas pelos selvagens, Cortés aprisionou Moctezuma; e depois de um período confuso de escaramuças, os espanhóis finalmente cercaram Tenochtitlán em 1521 e invadiram a cidade, destruindo tudo e todos de tal maneira que dela pouco restou senão as escassas marcas que os turistas hoje visitam.
Os tesouros dos Aztecas vieram para Espanha, e Cortés foi recebido como herói, nomeado governor da nova colónia, mas acabou por cair em desgraça, e voltou a Espanha para morrer pouco depois.
A acção de Cortés foi a maior contribuição de um só indivíduo em terras e tesouros para a coroa espanhola.
Assim se escreveu uma daquelas irreversíveis páginas da História, que transformaria para sempre a América do Sul numa imitação pobre da Europa mediterrânica, por vezes até com grande dignidade (Buenos Aires, Borges...), outras vezes numa triste palhaçada de civilização ocidental. Fica a dúvida, contudo: entregue a si própria, não se teria tornado antes numa outra África paupérrima, tribal e corrupta? Só tenho uma certeza: os europeus podiam ter-se comportado bem melhor, tanto mais que apregoavam belos valores cristãos, e promovido muito mais riqueza e desenvolvimento, em vez de se dedicaram à roubalheira e à escravatura. Não será isto tão vergonhoso como Auschwitz ou o Gulag ?