terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O Fim do Mundo, versão XXI - Schwarze


O filão das Teorias do Fim do Mundo vem de longe, a escatologia é uma filosofia com pergaminhos que tem no trans-humanismo (*) a sua corrente mais actual. Sempre me pareceu um modo de pensar de gente senil que sublima no Fim do Mundo o seu desespero perante a morte.

No século XX o cinema de Hollywood explorou até à exaustão esse tema sempre popular, ou melhor, 'populista' diria eu. Pois, as Teorias do Desastre conseguiam records de bilheteira explorando os medos de forma muito inventiva: foi a invasão de marcianos ou coisa pior, foi o asteróide que ia rebentar contra a Terra, os robots que vinham do futuro eliminar a humanidade, foram tsunamis gigantes, tornados em cadeia, epidemias de vírus incontroláveis, e também terroristas com armas nucleares q.b.. Se essas narrativas estivessem num 007, James Bond salvava o mundo e nós divertíamo-nos e riamos do ridículo. Mas a maioria desses filmes levava-se a sério !  Apresentavam avisos dramáticos para o que 'pode acontecer', morria boa parte da humanidade, e os espectadores assustavam-se ou não, conforme estivessem ou não vacinados. A esquerda-barra-gauche achava aquilo tudo uma palhaçada ou (se fosse radical) propaganda do medo a favor do domínio americano do planeta. Com o 11 de Setembro, ainda mais se agravou a paranóia, dando lugar a várias Teorias da Conspiração para acabar com o mundo, e conheço gente muito socialista que acreditava: a imprensa estava toda manipulada pela CIA, FBI, NSA e as farmacêuticas para esconder a 'verdade'. Até já andam extraterrestres e mutantes entre nós... o anti-cristo ! ...

Ora bem: houve uma evolução recente. Agora temos o Fim do Mundo aí à porta por causa dos Estados Unidos abandonarem o acordo de Paris e tratarem mas é de ter o seu petroleozinho a bom preço por bons anos, ou décadas. Ou séculos. O desastre iminente é o aquecimento global, ui, é a subida dos mares, ui, é o Niño e os fenómenos extremos. Inundações. Secas. Tudo ao mesmo tempo e em força. É a extinção da natureza e o colapso da civilização por culpa de Trump. Ui, ui. Mas quando vamos a medidas, o mar sobe poucos centímetros e a temperatura umas décimas de grau; ai jesus.

No pior cenário, o mar sobe 1 metro em 2100, previsão a 80 anos. Isso seria o fim da Civilização ? Se já subiu quase 30 cm desde 1900...
Não podemos adaptar-nos ?


Muito gostava que o petróleo simplesmente se esgotasse agora, já. Ver o que é que se fazia sem aviões nem navios, portos e aeroportos obsoletos e os viajantes de negócio e turistas obrigados ao combóio, provavemente a vapor onde não há ainda rede elétrica. Como é que se faziam todos esses encontros e fóruns mundiais vogando devagarinho num navio à vela, pois não haveria combustível para iates ou paquetes ? Como iriam as mamãs ambientalistas buscar as criancinhas ao colégio numa bicicleta ?  Como se deslocariam bombeiros e ambulâncias na alta velocidade da bateria Li-ion ? Pois, foi isto mesmo que o génio Schwarzenegger, ecologista fake, desejou: poder voltar ao século XIX para anular a descoberta do petróleo na Escócia e por conseguinte impedir a (segunda) revolução industrial. Esse mesmo Schwarzenegger de Hollywood que fez tanto filme-catástrofe em que eram as máquinas inteligentes quem destruía a civilização.

Detesto a indústria do petróleo com toda a corrupção e ganância associadas. Embirro com o excesso de trânsito nas cidades, que deveriam ser mais planeadas a favor do peão. Mas não vejo como poderíamos viver sem combustíveis a não ser ao nível do século XVIII. Por tudo isso dou ao Aquecimento Global / Fenómenos Extremos / Alterações climáticas, com os seus centésimos de subida do mar e da temperatura, a mesma perigosidade que tiveram o bug do milénio Y2K, os marcianos invasores e o buraco do Ozono. Previsão acertada, só se for que, dentro de 800 milhões a 1 bilião de anos, a vida se terá tornado impossível na Terra devido à evolução estelar do Sol, que provocará o esgotamento de dióxido de carbono no planeta.

Como sempre, com técnicas, ciência e sabedoria iremos ultrapassar dificuldades que a Natureza nos impõe. Não é com recuos e abstinência. Para isso nem vale a pena cá estar.

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(*) prevê uma  mutação que traga uma nova raça humana, com extinção da actual.

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