Não me posso queixar de falta de árvores na área onde resido; choupos, carvalhos, jacarandás e outras árvores de menor porte decoram muitos dos arruamentos e esquinas.
Mesmo assim, interrogo-me, tal como no caso dos touros, que prazer se tira da trucidação por moto-serra de uma árvore? Que mal podia ela fazer a alguém, ali tão frondosa, verde, quietinha, a dar sombra gratuitamente quando o sol incomoda?
É bem verdade, como se diz no blog A Sombra Verde, que parece haver uma sanha camarária contra as árvores. Muitas vezes, depois de as derrubar, plantam uns arbustos decorativos mixurucas que se vergam ao vento e não filtram o sol.
Esta da fotografia decorava outrora um espaço onde havia uma esplanada de café, e ao mesmo tempo projectava a preciosa sombra que todos os clientes procuravam, ajustando a posição das mesas. Desde há meses que ficou um espaço árido . Já ninguém lá pára a ler o jornal ou conversar.
Com certeza há uma razão para o abate. Podiam avisar com tempo para ao menos fazermos as nossas despedidas e o nosso luto. Podiam por respeito não deixar um coto do cadáver à vista de todos.
1 comentário:
A tristeza a que nos vamos habituando.
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