quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Passeio de barco em Bruges


O retorno a Bruges não teve o mesmo impacto que a redescoberta de Gand. À parte a multidão e o número de lojas de chocolate artesanal que se multiplicaram, está na mesma, uma pequena jóia medievo-renascentista, com as suas frontarias de empena triangular em degraus, as muitas igrejas e museus, e os seus recantos pitorescos com ponte sobre o canal e vista da torre emblemática - o campanário cívico do Beffroi. A única novidade para mim foi ter dado a voltinha de barco que quase todos dão mas, da primeira vez, foi impossível devido ás filas. Em Setembro, às 17.30, já muita gente se tinha retirado e a entrada no barco foi directa. Wollestraat Brug (1357), mesmo ao lado do S. João Nepomuceno.


Canal Dijver - Oud SintJanshospitaal

Uma Loggia sobe o Dijver !

A história de Bruges como cidade importante começa depois das razias dos Vikings, pelo ano 1000, quando se torna cidade portuária. Contrói-se a muralha e o sistema de canais; sucedem-se os Condes a ocupar o Castelo; em 1114 uma maré violenta abre o canal Zwim ao Mar do Norte, e Bruges passa a ser acessível aos navios mercantis da Liga Hanseática pelo canal de Damme.



Minnewater, um reservatório (para além da lenda).


Génova, Veneza, Florença, Castela, Portugal e até a Escócia também abrem uma rota regular e os seus navios são visita frequente em Bruges. Começa a "guerra económica" das especiarias, dos tecidos, e a competição bancária ! Com o capitalismo em fulgurante ascensão, os séculos XII-XV são o apogeu de Bruges.


Mas no século XV o Zwim volta a assorear... o acesso ao mar é fechado, Bruges decai e já é uma vila pobre de província quando fica sob domínio espanhol.


Ponte atrás de ponte...



Estátua de Van Eyck, de costas.

De frente:
Vê-se uma Madonna encastrada na esquina a esquerda.

Regresso:

Muitas casas de Bruges têm a sua Madonna con Bambino, testemunho da forte presença italiana a partir do século XIV.


De novo, parecem as Cidades de Calvino: canais, pontes, janelas, jardins, estátuas...

Uma preciosidade. Só visto, ou pintado...



O postal mais visto.


Depois, fui ver a Madonna de Michelangelo.


1 comentário:

Gi disse...

Bonita reportagem, Mário, com a inestimável informação histórica.