domingo, 13 de dezembro de 2009

Quando as cascatas congelaram

É verdade, já lá vão mais de 160 anos desde a última vez em que as cascatas do Niágara congelaram : Março de 1848.

O fluxo da água foi interrompido por um acumular de gelo em pequenos icebergs na parte superior do rio, o que levou ao rápido congelamento das duas quedas de água.

Na parte de baixo, formou-se uma "ponte de gelo" de uma margem à outra , que a multidão de visitantes atravessava continuadamente tirando fotografias; uns corriam em "toboggan", outros vendiam bebidas e bugigangas. Nesse ano, não houve vítimas da quebra do gelo.

De facto, o fluxo tremendo de toneladas de água não foi interrompido - continuou por baixo da "ponte de gelo", que se estendia por quilómetros.

Terá bastado que a Terra aqueça 0,6º C para que o fenómeno não se tenha repetido?

6 comentários:

Fernando Vasconcelos disse...

Não forçosamente. Até porque apesar do aquecimento ser global poderá haver zonas que inclusivamente fiquem mais frias. Mais ainda poderá haver um extremar de condições e temperaturas mais baixas e mais altas nos mesmo locais, maior amplitude térmica portanto mas com aumento da média.

Gi disse...

É extraordinário, se pensarmos na quantidade, força e velocidade com que aquela água corre.
Percebe-se melhor que só congele à superfície, mas mesmo assim!

Mário R. Gonçalves disse...

Caro Fernando,

A única resposta que lhe posso dar sem errar é uma lapalissada: pode ser que sim , mas também pode ser que não. O seu raciocínio é inatacável, não fosse o "aumento da média", que está tudo menos provado, tanto mais que se sabe que houve viciação dos dados.
Além disso, um aumento de 0,6ºC ainda é irrelevante. O problema é que há um modelo que aponta para um aumento futuro catastrófico, mas pelos vistos sem base científica credível.

Gi,
A natureza é capaz de coisas assombrosas.Não me importava de assistir ao fenómeno!

Fernando Vasconcelos disse...

Hum, sabe mesmo se houve manipulação de dados? E mesmo tendo existido será que é relevante a manipulação? Sabe qual é a minha dúvida ? É que quem detém o poder de manipular são precisamente os que detêm o poder económico. E nessa lógica - do poder - custa-me muito menos a acreditar que tenham os meios de manipular a informação como lhes aprouver. certeza não tenho, mas palpita-me que quem está a manipular são os que se recusam a aceitar que existe um problema ... são os actuais detentores do poder. By the way, pelo que percebi, o principal problema nas previsões nem está nos dados está precisamente na utilização de modelos preditivos que pressupõem que determinadas condições se mantêm estáveis ora são precisamente algumas dessas condições que um suposto aquecimento altera ... logo ...
Estou a dizer-lhe isto enquanto homem de ciência e leitor da Scientific Americain que não costuma cometer erros grosseiros.

Mário R. Gonçalves disse...

Fernando,

Como sabe, algumas das denúncias de manipulação vieram de ex-militantes da causa, como o Lomborg, que escreveu o "Skeptic environmentalist", e não de forças "de poder". Por outro lado, quer um exemplo mais óbvio de "força de poder" que o IPCC, ligado a poderosos lobbies e governos da Europa e EEUU ? Lembre-se que cada vez menos o petróleo dita as leis; perfilam-se fortes interesses nas outras energias, algumas imensamente poluentes; nem quero imaginar o que será a poluição causada por biliões de baterias eléctricas com forte teor de metais venenosos , para não falar dos interesses na produção e exploração deses metais (lítio por exemplo).

Não ponho em causa que seja benéfico acordar medidas em favor da saúde pública; por exemplo, diminuir drasticamente a poluição urbana. Parece-me perda de tempo e de recursos, com o desmprego, a fome, as doença e a guerra a grassar por toda a parte, dedicarmos tanta atenção a um problema duvidoso. Tanto mais que é provável que a raça humana se adapte.

Para mim, problema problema é a sobrepopulação do planeta. Mesmo sem ser exponencial, o crescimento da população humana assusta. Não é possível garantir qualidade de vida a tanta gente. Daí, o meu maior receio é o de um regresso civilizacional. Isso sim , assustador.

O melhor da cimeira de Copenhaga é ter posto muita gente a pensar e falar sobre o assunto, confrontando opiniões diversas. O pior é o enorme custo de toda a operação e a pouca vegonha da compra e venda bolsista de créditos de carbono.

Abraço ambientalista moderado,

Mário

micael disse...

Para onde caminhamos?
Em muitas regiões de África a falta de água é aterradora, levando populações inteiras a deslocarem-se... à procura desse bem precioso.
Na Europa,já existem contrastes preocupantes:
- Uns, com falta dela e outros que a desperdiçam.
No nosso Portugal continental, temos um Alentejo condenado... e no norte é um esbanjar, com a agravante de contaminarem os lençóis de água com os pesticidas que deitam ao longo do ano nos campos... As infiltrações desses produtos, que se misturam com a água das chuvas, é tal que as fábricas de tinturaria (na região do Vale do Ave) têm dificuldade em obter água "limpa" para tingirem os tecidos.
... E a humanidade não pode passar sem esse bem precioso.
Será que estamos condenados a desaparecer a curto prazo?

Um abraço