segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ver e Rever: O Novo Mundo de Terrence Malik


Revi agora , passados cinco anos , esta obra prima de Malik: voltei a sofrer o mesmo deslumbramento. O filme nada envelheceu, pelo contrário, continua uma fascinante revelação, como se fôssemos de visita à Atlântida; no final, esfregam-se os olhos, que se recusam a aceitar o fim da viagem.

Ninguém diria que a história de Pocahontas daria um filme assim sublime, mas Terrence Malik soube perscrutar a beleza subjacente e transformar a história numa saga épica, reconstruindo com autenticidade a fundação da primeira colónia inglesa na América do Norte em 1607, Jamestown, a par da vida tribal do índios Algonquian, intimamente relacionada com a natureza, inocente e violenta ao mesmo tempo. O modo como retrata o "choque de civilização" entre ingleses e índios é magistral, e culmina com a chegada de Pocahontas a Plymouth e à corte de Londres.

Uma direcção vagarosa e meditativa e um cuidado tratamento estético da imagem caracterizam a cinematografia de Terrence Malik. A música de James Horner (Titanic) e de Mozart é usada como poucas vezes no cinema , com uma precisão e intensidade calculadas, em contraponto com a acção.

Finalmente, outra perturbante revelação foi a actriz alemã de ascendência peruana e alasquiana Q'Orianka Kilcher ("Águia Dourada" !). Incarna Pocahontas de tal modo que não damos conta de assistir à representação de uma actriz .

(Esta é a nova versão, mais longa, que integra alguns dos cortes que Malik fora obrigado a aceitar devido à duração excessiva da sua montagem inicial)

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