Em jeito de despedida por uma breve semana nos Açores, resenha de coisas boas para ler / ouvir / ver:
Boas leituras, boas audições, boa semana, boas férias.
- NUM GRÃO DE AREIA
O MUNDO INTEIRO VER -
Em jeito de despedida por uma breve semana nos Açores, resenha de coisas boas para ler / ouvir / ver:
Boas leituras, boas audições, boa semana, boas férias.
Demonstração colorida da Patrouille de France sobre os Champs-Élysées.
O festival fechou com 31 helicópteros … ao som da Cavalgada das Valquírias de Wagner. Onde é que eu já vi isso ?
U.S.A., 16 de Julho: lançamento do Endeavour
Sempre partiu, da Flórida, com 7 astronautas , incluindo uma cidadã canadiana.
Recebi isto via mail, não sei qual é a credibilidade, mas suspeito que possa ser verdade:
Governo espanhol transfere para a CASA REAL ESPANHOLA 9.000.000 de Euros
Governo português transfere para a PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA PORTUGUESA 16.000.000 de Euros.
O custo da MONARQUIA em ESPANHA é 19 cêntimos por espanhol.
O custo da REPUBLICA em PORTUGAL é 1,58 euros por português.
Até isto sai mais barato do outro lado da fronteira. Possivelmente, o facto será explicado por a monarquia ter fontes de rendimento próprias adicionais. Mesmo assim: que faz a nossa presidência da república com 16 000 000 € ?
O que me conquistou logo nos primeiros minutos foi a estética: lindíssimos quadros de dança a preto e branco, imagem e reflexão, transportando-nos para um universo poético próximo do de Peter Pan, com magnifica movimentação e efeitos de sombra projectada ou a 3 dimensões (corpos-sombra). As sombras também podem ser rebeldes e ter vida própria...
Com ritmo variado, a complexidade cresceu até um ponto paroxístico e depois amainou num final algo frustrante, humorístico mas de nível inferior, com uma citação do "Era uma vez no Oeste" de Sérgio Leone, os olhos de Henry Fonda a fazerem o bailado final, aquela música na harmónica de Ennio Morricone...
Só lamentei não poder repetir: beleza, é isto, é criar uma realidade de onde não apetece sair.
Já tinha feito uma referência a Sombreros aqui neste blog.
A sabedoria inuit, os desertos de gelo, as noites brancas, criam o pano de fundo para uma bela história de reconciliação.
"Le moteur tourne bien rond, il est juste ponctué par les chocs des blocs de glace sur la coque... "
“O motor ronrona , punctuado apenas pelo choque dos pedaços de gelo contra o casco...”
Gostei do livrinho: embora o desenho da figura humana seja muito tosco , consegue criar ambientes e situações com algum grau de intensidade dramática. Simpático.
Le Chant du Pluvier, de Laprun (autora), Behe (texto) e Surcouf (desenho)
Ed. DELCOURT (Dez 25 2009)
ISBN: 978-2756010830
Exemplo de programação:
Portas reforçadas a aço, câmaras com múltiplo sistema de fecho, monitorização por vídeo – e também :-) os temíveis ursos polares ! - fornecem protecção adicional. Mesmo em caso de falha de todos os sistemas, o permafrost da montanha onde está inserido garante temperaturas abaixo de -3.5º C , garantindo a conservação por alguns anos.
As ideias dos "amanhãs que cantam", sacrificar hoje para colher no futuro (longínquo) , já ilustradas no célebre conto da cigarra e da formiga - apesar de tudo a formiga colhia o fruto do trabalho ainda em vida...- surgiram com as primeiras ideologias políticas, económicas e sociológicas, os primeiros estudos académicos nestas áreas, e as primeiras revoluções sujeitas a essas ideologias. Não vale a pena insistir no malogro que foram todos os modelos baseados no sacrifício hoje pelo homem novo, pelo futuro radiante amanhã, sendo que o novo e o amanhã eram adiados para São Nunca.
Tendo conseguido ultrapassar esses modelos, no sentido em que as pessoas (globalizadamente) desataram a querer viver melhor hoje sem querer saber de amanhãs, saudável mentalidade de cigarra, eis que os arautos do mal-estar, do sacrifício e do masoquismo social voltaram à carga culpabilizando esta geração de estar a condenar as próximas a todas as desgraças e catástrofes. Tudo isto sem cabal prova científica, baseado em geral nos mesmos preconceitos sociológicos e económicos que já nos habituamos a ver falhar estrondosamente.
Foi-se o melhor do sistema de apoio social europeu, afastando-nos cada vez mais da vida descansada dos nórdicos; deixamos de fumar, de comer bolas de Berlim, de usar sacos plásticos para o lixo, de nos arrefecer dos calores excessivos com ar condicionado, até o amor sofre limitações e gritos de alerta. Também dizem que somos demasiado ricos e devíamos voltar a viver com modéstia (Salazar tinha razão !). E evidentemente que o preço de não alinhar é a catástrofe anunciada, é hipotecar o planeta para as gerações futuras. Querem que deixemos de viver, em nome da felicidade de filhos e netos; filhos e netos a quem, por sua vez , em vez do paraíso, irão exigir que abdiquem de mais umas quantas coisas em nome de bisnetos e trinetos.
Sabe-se que o bom senso é a qualidade mais rara e mal distribuída entre os homens. O bom senso indicaria que tentássemos melhorar sempre as coisas para nós, de forma duradoira, e assim as coisas melhorariam para quem vier a seguir. Melhorar os apoios na saúde e na velhice; melhorar os cigarros , as bolas de Berlim, os carros e o ar condicionado para que não sejam tão (ou nada) prejudiciais; melhorar vacinas e tratamentos; em suma, fazer um investimento em investigação, ciência e tecnologia dedicado às causas ditas alarmantes - e estudar seriamente até que ponto são alarmantes; não há razão para sermos todos musculosos e esguios, obedientes a um modelo único de sociedade sem plásticos nem vírus nem pastéis de nata, adoradores do Sol e da Terra mas pouco amigos dos humanos cheios de vícios de agora e hoje.
Bom, tudo isto para falar agora de dinheiro bem gasto, ou seja, bom senso. Armazenar sementes de todas as plantas incluídas na nossa dieta alimentar , congelando-as para que nos possam valer em qualquer momento de catástrofe - asteróide, nuclear, glaciação , tsunami ou sermos esturricados pelo Sol - é uma ideia de tão genial bom senso , de custo/benefício tão altamente vantajoso, de valor educacional e patrimonial tão grande como a humanidade inteira. Só faz bem a todos - faz mal a ninguém.
Claro, uma ideia destas só podia vir dos nórdicos, dessa Noruega tão mal querida por manter a felicidade e o bem-estar ao alcance de todos. Hoje.
Continua na Parte II - post próximo.