Com que moral condicionamos as crianças para as nossas crenças ? Se acabamos por lhes contar que os bébés não vêm de cegonha e o Pai Natal não desce a chaminé, porque não lhes revelamos as outras mentiras e lhes damos a opção de escolha?
Não despejes lixo na tua cabeça - há locais próprios!
3 comentários:
Espero bem que não deixe os seus filhos lerem os filósofos. Só dizem mentiras. Não lhes deixe ouvir música de Mozart. Muita do que escreveu foi sobre mentiras.
Deixe que eles façam as suas escolhas.
Será fácil para eles. Pois só terão de escolher entre o nada e coisa nenhuma!
Xico,
só se pode escolher entre oque se conhece, obviamente. Mas se aos 12 anos se obriga uma criança arregimentada a ir ver o Papa, exaltando o significado e a magnificiência da cerimónia, isto não é dar a escolher.
Mozart e os Filósofos conhecem-se de modo muito diferente: em privado, lendo e ouvindo, trocando livros, trocando discos. Pelo meio dos Mozarts pode vir o Fado: cada um faz a escolha. Pelo meio dos Filósofos, pode vir o Paulo Coelho. Mas ninguém leva a criança a um mosteiro budista nem lhe dá contactos com correntes ateístas. Aí sim, não há escolha: só papas.
E quanto às mentiras de Mozart, muito havia que falar, penso que é um abuso classificar assim um homem do sév XVIII.
O que eu quis dizer é que a obrigação dos pais (na minha opinião) é ensinarem aos filhos aquilo em que acreditam. Os filhos saberão fazer as suas escolhas. Dizer que não se ensina nada é uma falácia. Se fosse assim não os mandavamos à escola nem ensinavamos as virtudes da república, etc. Quanto a Mozart, parece-me que no seu entender não deveríamos ouvir nem o Requiem nem a Flauta Mágica. Os filhos também não estão fechados em casa ou em mosteiros. Só lhe poderemos ensinar o que sabemos ou acreditamos. Como quando levamos a um museu ou quando o levamos a um evento desportivo.
Sou católico e não levei os meus filhos a verem o anterior Papa por impossibilidade, mas levei-os a ouvir e a ver o Dalai Lama. Ambos são um património de todos nós. Adoraria visitar Meca, mas está-me vedado. Mas entendo tudo como um património não desprezível nem desprezável, como pretendeu dizer.
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