Buracos negros, buracos brancos...
João Boavida publicou um artigo chamado "Portugal feito num oito" que o blog "De Rerum Natura" citou. Gostei muito:
"...dentro de alguns anos oitenta por cento da população portuguesa esteja concentrada nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto."
"Um corpo estrangulado pela cintura, enquanto o tronco e pernas morrem com tanta gordura acumulada. "
Não faltam ao Centro recursos logísticos, turísticos, humanos. Portos com capacidade de ampliação, rede de estradas, hotelaria, produção regional única. Porquê este estrangulamento? Mais uma doença crónica da República - ao menos os Reis por vezes estabeleciam a corte em Leiria ou Vila Viçosa.
Poucos países têm um tão grande desprezo por parte do seu território. As linhas de combóio do centro foram desmanteladas ou estão ao abandono. Zonas a 100 km da costa sofrem de "interioridade". Então Salamanca ? e Cáceres ? e Praga ? O que define interioridade ja não é a geografia: é o centralismo megalómano e pacóvio. A Suíça é há séculos mais desenvolvida que a Macedónia. Quanto a localização estratégica, está tudo dito.
Nem TGV nem Aeroporto, nem ParqueEscola: o mais urgente é dar alento a essas regiões de um Portugal doente quase terminal.
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